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Mostrando postagens com o rótulo Revista Ser MulherArte

Coluna 02 | Mulherio das Letras na Lua - ANA ACTO (Portugal)

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  Coluna 02   Divulgando autoras Lusófonas, um poema de Ana Acto. VOLTAS Volta E não volta... E a cada regresso Mais uma camada me envolve De tudo e de nada Como escudo, como arma E desacreditada Regrido lentamente ao início Onde amedrontada Receava amar Volta...e torna a voltar E a cada regresso O amor se faz casa A cada toque a aceitação A cada sorriso...perdão E tudo parece voltar Lentamente, a seu lugar Apago resquícios do que foi E abraço, o que quero acreditar Porque o quero Quero mesmo, que sejas tu... Mas sabes? Em solo árido semeaste E o que plantaste dentro de mim Com perseverança brotou Mas a cada colheita vai enfraquecendo E menos me dou... E meu maior receio Seja que um dia De tanto volta e não volta Meu coração secar E já não mais haver Para onde voltar. Ana Isabel Correia Acto, nasceu a 5 de abril de 1979 em Tomar, e reside atualmente em  Setúbal. Abriu em abril de 2018 uma página de autora nas redes sociais com o nome  “Ana Acto” . Escreve-nos sobre amor, em todas as su

Coluna 03 - In-Confidências - por Adriana Mayrinck

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Coluna 03 "A vida é a arte do encontro" por Adriana Mayrinck A vida é a arte do encontro, como imortalizou o nosso Poetinha, mas hoje não vou falar de poesia, e nem do Vinicius de Moraes, mas sim, de parceria! Como muitos sabem, desde 2009 aventuro-me com projetos de revistas, começou com a Horizonte, mas coloquei na gaveta, após muitas andanças e esperas nas portas da Empetur e da Astur/PE, em Recife e em diversas secretarias de turismo dos nove estados do Nordeste. Depois em 2015 tentei unir forças com uma escritora de Niterói que também não aconteceu... Acho que essas coisas, têm o seu momento certo e apesar da vida ser a arte do encontro, foram tempos de muitos desencontros. O projeto da Revista Literária foi repaginado em 2017, agora com ares lusos, mas deixei nos arquivos para um melhor momento. Entre muitos livros e eventos, fui adiando... esperando as férias, esperando lançar primeiro o meu livro, esperando completar cinquenta anos, esperando, esperando... até vir

Coluna 06| Fala aí...Marli Dias Ribeiro (Brasil)

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                                        |coluna 06| ARRISQUE-SE A ESCREVER: escrever é não desistir de estar presente no mundo  Por Marli Dias Ribeiro (autora convidada)           Quando pensamos em um livro, geralmente imaginamos um conjunto de folhas impressas em papel. Nossa ideia de livro está associada ao material concreto, à técnica de impressão, a capa, ao desenho, à costura. Quando juntamos textos escritos à mão ou lemos no computador parece-nos fugir a materialidade do livro. Os tempos mudaram, temos hoje, E-boockers, Blogs, Vlogs, redes sociais, páginas e tantos outros escritos, diversos e únicos. Infinitas possibilidades...               Mas, creiam nem sempre foi assim! De onde vem o termo, a palavra "livro"? Ela vem da forma latina  liber , que era o nome da camada externa da casca das árvores, onde se escrevia antigamente.           Os livros nem sempre tiveram o formato atual. Foi durante a Idade Média que passaram a ter um aspecto parecido aos de hoje. Antigam

Coluna 01 | Mulherio das Letras na Lua - Apresentação

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coluna 01 Apresentação da nova coluna MULHERIO DAS LETRAS NA LUA A lua é relacionada à mulher e vista como entidade feminina desde o início dos tempos. Ao influenciar a natureza, as marés, e o nosso corpo, em suas diversas fases, ficamos à sua mercê, quando o quisito é emoção e sensibilidade. Desde as crendices populares, ciência, misticismo, filosofia, literatura, entre outros, a sua grandeza, luminosidade, magia, explendor e mistério, há séculos seduzem, inspiram, instigam e nos conduzem. A poesia tornou-se a ponte entre nós, simples mortais e essa divindade que ainda hoje, tentamos conquistar. A mulher ainda não chegou com os pés na lua, mas com certeza a nossa cabeça, sentidos e imaginário há séculos coabitam nesse território tão íntimo de cada uma de nós. Pensando nisso, e em todas as expressões relacionadas à lua e a mulher, foi criado por Chris Herrmman o grupo no Facebook Mulherio das Letras Na Lua ,  somente para produção poética em língua portuguesa. Esta coluna, tem o intuit

Coluna 05 | Fala aí... Carlota Marques Canha (Portugal)

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| coluna 05 | A saudade de já não ter ou poder é bem maior por Carlota Marques Canha                                            (autora convidada)  Tanto se fala de “ sau.da.de” como aquele sentimento de nostalgia que corrói, que dilacera sem nos apercebermo-nos como e quando surge, mas está lá bem presente dentro de cada um de nós. Dói bem mais do que uma ferida aberta que nunca cicatriza ou um trambolhão num dia qualquer que nos deixa uma lesão, embora efémera, é desconfortante, é penetrante, até esgotante e imensurável quando se pensa que vai passar como tantas coisas, mas não passa, agudiza-se a cada hora, a cada dia. Só de pensarmos ou idealizarmos algo pelo qual norteamos a nossa atenção e pensamento e que não conseguimos atingir pelas barreiras que defrontamos, pelas vicissitudes da vida que temos de suportar e viver com, é uma sensação tão agreste de saudade, pelo motivo de já não ter ou de poder que o tempo e nós mesmos já não vamos conseguir recuperar. Ter saudade do tempo,

Coluna 04 | Fala aí... Terezinha Malaquias (Alemanha)

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                                                  | coluna 04 | Banzo por Terezinha Malaquias                                                       (autora convidada) Acordei-me hoje bem mais cedo do que eu gostaria. Perdi o sono em algum lugar e não consegui encontrá-lo no sofá da sala, onde sentei-me para rezar e meditar. Esse é o meu ritual diário há muitos anos, mas principalmente na pandemia.   Depois fiz abdominais, e dancei um pouco sem música. Queria mesmo era acordar o meu corpo para o novo dia que amanheceu para mim. Fui para a cozinha e fiz bolachinhas de polvilho inspirada na receita que  minha avó materna  fazia e ensinou para a minha mãe.   Mamãe não me ensinou porque eu não quis aprender a fazê-las. Nunca me interessei antes porque prefiro comer salgados do que doces.   Mas nesse ano atípico, eu fiz pela segunda vez essa receita que passa pelo ao menos por  três gerações de mulheres da minha família materna. Coloquei-as no forno para assá-las e rapidamente o perfume  bom

Coluna 02 - In-Confidências - por Adriana Mayrinck

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                  |  coluna 02 | Boas e Más Intenções - um paralelo entre as duas margens do Atlântico em tempos de pandemia. por Adriana Mayrinck O primeiro momento foi de surpresa, incertezas e sentimentos adversos. Quase um ano se passou, após a invasão de um inimigo invisível, que não escolhe a quem atacar, mas silenciosamente, parou o mundo, deixando a vida em suspenso. E conseguiu atingir a todos, em setores diversos, sem piedade.   Mas não só aumentou o desemprego, lotou hospitais, levou os profissionais de saúde à exaustão e desespero, destruiu famílias e distanciou amigos, cancelou o ritmo natural da vida cotidiana, como também exerceu imensa influência exarcebando a revolta,  a violência, o racismo, o feminicídio, entre tantas outras doenças enraízadas em nossa sociedade moderna.   Nasci no Brasil, construí a minha história e há quase 4 anos, escolhi Portugal, como segunda pátria. Acho que sempre me senti luso-brasileira, e sinto-me em casa, respeitando e amando igualmente os

A intensa e ousada poética de Amanda Helena em uma crônica e um poema

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Pinterest, sem anotação de autoria A MENINA ESCUTA RAY, ENQUANTO O MUNDO ENFUMAÇADO SORRI.                             por Amanda Helena                                 Ai de mim que contemplo o muro caiado dos sepulcros e seu portão de ferro bruto e roubo a história dos ossos em meu pensar. Sim, chego a sentir inveja dos ossos que se tornam vivos em minha mente , penso na mesa posta, numa família reunida, nas músicas que ouviram, no sexo que suaram e nas batalhas perdidas. Repousam agora serenos e não há mais épocas e talvez alguma alma ali recolhida também me mire e sinta inveja por eu ter vida (???) Digo, pois, a tal alma perdida " não se engane, há em mim mais pó, que das almas partidas". Naquelas lajes encerraram se histórias com sentido, de uma simplicidade pacífica e dão enfim descanso as que nessa terra andaram perdidas. Quem nasce pra pó, de infância se percebe, já vem com uma dor indefinida e um estranhamento pretérito, enquanto as mamães d

Em uma Metáfora bem-humorada, o passado alerta o futuro: crônica de Marisa Zani

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Salvador Dalí MÓVEIS MEMÓRIAS *                     por  Marisa Zanirato Tudo começou quando o discreto guarda roupa colonial apaixonou-se pela culta e rebelde estante de livros. Ele, legítimo jacarandá, viúvo da distinta e refinada cristaleira, tinha desse casamento uma filha: mesa de jantar – donzela de certa idade, educada para servir discretamente. Entretanto, no final dos afazeres, depois de esvaziadas as taças de vinho, mesa de jantar entrava em devaneios nos quais ela se transformava na macia e aconchegante cama, protegida e amada pelo criado-mudo.     Estante de livros não tinha linhagem nobre. Pertencia à geração beat: aglomerado de madeira revestida com padrão cerejeira. Ainda jovem, acolheu Platão, Marx, Sartre e Nieztsche, com a mesma irreverência com que acolhera atlas geográficos, dicionários, literatura védica e revistas em quadrinhos. Já na maturidade, permitiu-se algumas veleidades, ostentando sem constrangimento um aparelho de TV e um DVD. Porém