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Casamentos concretos e reais | Marilia Kubota

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  MOSAICO Coluna 23    –   Crônica CASAMENTOS CONCRETOS E REAIS por Marília Kubota Na semana que passou, um site de Curitiba publicou a notícia (e já retirou do ar) de um casamento que seria realizado na Ilha do Mel, com 300 convidados. O evento seria celebrado na ascensão do covid-19 no Paraná. Esta celebração lembrou um outro casamento, realizado na Bahia, em que a cantora Preta Gil se contaminou, logo no início da pandemia no Brasil. Se os ricos se contaminam, não há problemas. Dispõem dos melhores tratamentos em hospitais privados. O problema é o rastro de contaminação que deixam no local. Sem UTI e sem equipamentos adequados, se contaminados, os pescadores e suas famílias teriam que ser transportados às pressas para hospitais de Paranaguá. Para os noivos, só há o momento em que se equiparão ao Príncipe Harry e Meghan Markle, ou, para uma comparação com cor local, à Maria Victória Borgheti Barros e Diego da Silva Campos (quem?). Estes, em julho de 2017, para celebrar o sonho de

Quatro poemas de Raquel Lopes | "Roseiras"

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  Hans Braxmeier. Fonte: pixabay.com Quatro poemas de Raquel Lopes Roseiras   Eu Sou variada Prazer Mariana Vou maneirando E manejando Os dons na antiga loja de flores mágicas.   Sou de várias raças Flores copiosas Valiosas De diversas cordas De cores De amores   Espessas são Então meças Quanto vale Esta minha agricultura orgânica Das roseiras Mariana São minhas soberanas. Meu Advérbio   Pego-te a olhar para mim num interminável brilho que não tem fim não sei se devolvo essa mesma intenção que vejo pelos olhos da emoção As minhas flores são belas hoje e elas te querem e te amam mais do que se pode permitir admitir não vai te proibir de vir até aqui. Meu advérbio atualmente: Agora. Corinna-kr. Fonte: pixabay.com Jeitinho   Meu jeitinho está grudado e estampado no guardanapo está pintado no pano de prato está trabalhado no colar do meu quarto está rabiscado no papel do meu diário é dia quente, é manhã contente é vive

Dois poemas de Samanta Aquino | "A arte de ser mulher"

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  Jill Wellington. Fonte: pixabay.com Dois poemas de Samanta Aquino A arte de ser mulher Ser mulher é uma dadiva divina, É arte que nem o Estoicismo, O Barroco, o Renascentismo, o Modernismo, De verdade explica ou compreende. Leonardo Da Vinci pintou “Monalisa”. Vincent Van Gogh pintou a “Moça com brincos de perola”. Tão misteriosas e oblíquas. Mulheres, são poemas, fantasias, São vendaval, maresia, São o fim de tarde, a pura alegria. Também são dor, são melancolia, Pois nem tudo é rígido, Nem tudo consegue ser suportado, Nessas veias e neste coração sofrido, Que carrega mágoas do passado, Que carrega os amores que nem foram ditos, Só sentidos, em teu peito vividos, E por fim, adormecidos. Nos teus doces sonhos, Sonha em voar, mas já se prepara para a queda. Mulher é mesmo mãe que rege a natureza, A pureza, a firmeza... Dos dias calmos e tranquilos. Tudo pode parecer um mar de incertezas, Elas continuam caminhando, Fazendo os teus passos ter tua intrínseca beleza. “Olhos de cigana oblí

De Prosa & Arte | Sobre Pajelança e Griotagem

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Coluna 5 Sobre Pajelança e Griotagem No mês de novembro é muito comum lembrarmos Solanos, Gamas, Carolinas e mencionarmos Benguelas, Dandaras. Exaltarmos Zumbis e botarmos todos os pretos nas rodas de conversas e nas redes sociais. Como se esse diálogo não pudesse permear histórias e vivências de Janeiro a Janeiro.  Mas no meu NOVEMBRO NEGRO gostaria de destacar alguém de muita relevância para a minha história que acontece no aqui e agora. As pretas Comuns… a Nyra do Carmo, negra índia, 92 anos, vulgo minha avó. Sim, peço licença para lembrar que algum tempo atribuí e dei créditos a minha fixação por versos, músicas e palavras ao meu pai que é sim um grande leitor, mas não posso deixar de dizer que essa coisa toda com verso e prosa, a paixão e encantamento nas linhas e escritos surge ali na pajelança da minha avó. Ao preparar unguentos, garrafadas para curar os nossos machucados, sarar os vermes e abrir nosso apetite.    Essa loucura de botar poemas sem cessar vem também da sua energi

Um conto de Ciça Ribeiro | "O doce bombom"

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  Iris Hamelmann. Fonte: pixabay.com Um conto de Ciça Ribeiro O doce bombom* Pelo muro baixo do jardim da sua casa, enquanto tentava brincar de bola com seus irmãos, pouco interessados na sua companhia, ela esperava ansiosamente o chamado das duas vizinhas. Só ela era chamada.  Senhoras de cabelos brancos, gordinhas - talvez por comerem tantos bombons quanto desejassem -, e sempre usando um pulôver leve de lã, abriam a porta da casa, que tinha um jardim igual ao dela. A primeira que saísse olhava para ela, levantava o braço à meia altura e, com o dedo indicador - o curvava em movimentos delicados -, chamava-a para os minutos mais preciosos da manhã. Sem perder tempo, e não mais interessada na brincadeira de bola, nem tampouco nos irmãos, ela saia triunfante pelo portão enquanto os meninos a seguiam com os olhos cheios de vontade. Sabiam que ela era a escolhida, apenas ela. Assim que ela adentrava a sala,sempre envolta na penumbra, o precioso objeto que repousava esplendidamente em cima

Yedda Maria Teixeira | o prêmio da arte de amar

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Foto: Joana, Aloysio Filho, Yedda Maria Teixeira, na inauguração da Praça Aloysio Maria Teixeira, com a escultura do desembargador, vista aqui sentada num banquinho, tal e qual a do Drummond na Praia de Copacabana | Fonte: hildegardangel.com.br A arte de amar até as últimas consequências   por Chris Herrmann Yedda Maria Teixeira  foi uma mulher muito ativa no Rio de Janeiro, à frente de uma rede de hotelaria. Trabalhava com muita dedicação, implantando uma série de ideias e melhorias. Além disso, ela tratava a todos os funcionários com respeito, assim como também foi muito admirada e respeitada. Viúva do  Desembargador Aloysio Maria Teixeira  e mãe do ex-deputado e empresário  Aloysio Maria Teixeira Filho , demonstrava estar à frente de seu tempo com sua postura firme, independente e altamente humanista. Foto: Aloysio Filho, Yedda Maria Teixeira e Joana O mais surpreendente na história de vida da senhora Yedda, é que ela abdicou de seu trabalho como empresária de sucesso, “abriu mão de