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OITO POEMAS DE VANESSA RATTON | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. 'Dias mulheres virão',  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe na poesia sempre sensível de VANESSA RATTON : CIDINHA Cinco da manhã, Cidinha deixa a comida pro filho no fogão, e na geladeira quase vazia, fica também o coração.  Sai da favela, pega a condução  Ônibus lotado, não passa a mão não! Vai pro trabalho na casa da patroa Faxina, cozinha, lava-passa, e passeia com a cachorra. Todo dia é a mesma sina. E calada eu penso como pena essa menina! Mas, de noite, não sente mais cansaço, depois que o filho lhe dá um abraço.  No final do mês vem a missão, de com o mínimo fazer o máximo. (* poema da  Antologia de

Minha Lavra do teu Livro 15 | "CARTA PARA EL NIÑO", de GLORIA KIRINUS, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 15 - resenhas afetivas - LA NIÑA  QUE  ESCREVEU  PARA EL NIÑO CARTA PARA EL NIÑO (São Paulo: Paulus, 2012) é um livro infantojuvenil escrito por GLORIA KIRINUS e maravilhosamente ilustrado, numa incrível mescla de desenhos, pinturas e texturas, por Andréia Resende. A autora, na voz de sua 'menina-criança', escreve uma carta para 'El Niño'. A narrativa começa de forma muito meiga:  " Olá, El Niño!  A cada virada do vento, ouço falar de você. Dizem por aí que é por sua causa que o tempo muda e dança, e que a chuva vai e volta de mudança. Dizem também - e isto eu li no jornal, vi na TV e também recebi notícias pela internet - que você vira corrente de água quente e não sei o que mais... Que o chamam de El Niño porque nasceu em tempo de Natal e que mora longe, longe, no mundo fundo do mar (...)". Essa menina - a autora -, muito curiosa, quer saber tudo sobre o misterioso 'ser', que ela acredita morar no fundo do mar. Para saber d

A PALAVRA SURPREENDENTE - EM PROSA OU POESIA - DE NANETE NEVES | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. 'Dias mulheres virão',  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe na palavra sempre surpreendente de NANETE NEVES : RETRATO FALADO Os papéis amarelam-se, as lembranças ficam amassadas, puídas, pouco a pouco me apago nos retratos. Onde foi parar todo aquele sentimento? Para onde foi aquela garota risonha de olhos vivos e ingenuidade tão genuína quanto improvável? Inviável. Era jovem demais para ser julgada, crescida demais para ser perdoada. E a vida não nos protege dos deslizes nem releva as esperanças. Nem sei bem quando aconteceu. Num passo em falso despenquei. Mais dolorida a queda dos confiantes. Não contei

Dia dos Avós: Poemas de Isabel Furini, Isa Regina e Angela Dondoni

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H oje, 26 de Julho, é comemorado O Dia dos Avós. O criador dessa data foi o Papa Paulo VI ( Itália: 1897-1978). Ana e Joaquim foram os pais da Virgem Maria, ou seja, foram os avós de Jesus. Nesta oportunidade, para festejar a data e , convidei as poetas Isa Regina, Angela Dondoni e Maria Teresa Freire para homenagear os avós. O crochê da avó a Itália lutava na Primeira Guerra Mundial a guerra açoita a fé a guerra fere a esperança a guerra deixa marcas no mundo emocional com a agulha de crochê a avó bordava tristezas era o trabalho da avó a obra de uma artista - delicado e sem asperezas a avó tinha um enorme coração seu amor era correnteza que inundava os bordados - seu crochê era alagado pelo seu profundo amor. Isabel Furini Imagem gerada pela IA do Bing Memórias Nas memórias ancestrais dos avôs Ecos de histórias, tradições e abraços Pelas rugas do tempo, traços risonhos Guardiões de sabedoria, eternos laços Nos caminhos da vida, avôs queridos Faróis que iluminam nosso destino Com suas

Minha Lavra do teu Livro 14 | "PARA DIMINUIR A FEBRE DE SENTIR", de DALVA MARIA SOARES, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 14 - resenhas afetivas - "PARA DIMINUIR A   FEBRE DE SENTIR": ESCREVER PARA ALIVIAR  AS DORES DO VIVER "Todo símbolo tem uma carne, todo sonho uma realidade." (Oscar V. L. Milosz) PARA DIMINUIR A FEBRE DE SENTIR , de DALVA MARIA SOARES (Belo Horizonte/MG: Venas Abiertas, 2020) é um livro de crônicas do cotidiano, mas também é poesia em prosa - afinal, teríamos como estancar o poético da vida? Não. Não me parece possível, mesmo que a realidade seja tão nua e crua quanto as lágrimas que jorram feito temporal barulhento num rosto cansado de mãe à procura do 'sempre' melhor para o filho. Ainda assim, ali mesmo - nas lágrimas - a poesia sangra, porque poesia também é ferida aberta e, a palavra, a agulha que a costura (*). O título do livro é bem propício: nas mãos de Dalva todo o sentir parece febril - é preciso, então, reduzir a temperatura do corpo para tocar a caneta e mergulhar na palavra [que às vezes - ou quase sempre - queima até