Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Fotografia

Cinco poemas de Ines Lempek

Imagem
Fotografia por Mdorea O passo do voo Descalço subo vou ao encalço e calço o passo do voo. Imagem da internet sem indicação de autoria Céu encoberto Céu encoberto trovoadas pé de vento chuvarada corpo molhado pés correndo sombrinha alada dançar na chuva alma lavada. Fotografia por Mdorea Movimento dos barcos, movimento... barcos noturnos flutuando na baía um cardume de luzes vistos de cima. Imagem da internet sem indicação de autoria De frente pro frio Entre as águas costeiras e as dúvidas transparentes andamos de frente pro frio de dentro Fotografia por Mdorea Maresia quando sua maré enche esvazia-se de certezas ventania que devassa em cada célula uma interrogação e quando troca de lua se enche de estranhamentos quando sua maré baixa a onda reversa deixa na superficie da pele minúsculos sobreviventes resquicios da viração então na calmaria respira afrouxa o nó dos sustos esvazia os po

Ela tem o superpoder de congelar o tempo - a fotógrafa Marisa Pereirinha

Imagem
A fotógrafa Marisa Pereirinha Frequenta dos palcos às salas de parto, fazendo um tour pelas ruas onde flagra e transfigura em únicas cenas múltiplas do cotidiano. Passeia pelas passarelas, bastidores, enquadra arquiteturas, expõe-se. Sua melhor revelação: descobrir-se Marisa Pereirinha , fotógrafa. Alguns trabalhos : Dr. Jekyll e Mr. Hyde A Dama das Camélias Os Monólogos da Vagina Os Monólogos da Vagina Ballet Ballet Ballet Paisagem Paisagem Paisagem Av. Paulista Av. Paulista  Concurso Cultural Fotográfico “Fotografia de Rua” - SENAC 2019 Pré Wedding Chá de bebê Chá de revelação Registro de parto Registro de parto Marisa Pereirinha - Autobiografia Ariana, paulistana e "arteira". Amo tudo que é ligado a arte e a natureza. Formada em Ciências Contábeis, trabalhei na área administrativa por 30 anos, mas a música, o teatro e fotografia sempre

Poemas - por Diana Pilatti

Imagem
Fotografia por Mdorea versos para esquecer das cinzas do dia teu nome me insiste ecoa cálido síbilo entre os dentes da noite te exorcizo nestes versos Órion, visgo de estrelas da minha boca, da minha pele, teu nome madrugada com a mesma força eflúvio e sede e devoção           estro e poesia           que decomponho e para meu alento [e sepultura] - parto poeira de Lua e Tempo no viés da palavra [desfaço nós] sem pronúncia: sou outra "na curva extrema do caminho" despedida [e em teus adros meu nome totem profano] Fotografia por Mdorea selvática cresce ao meu redor floresta selvagem faminta vigas concreto marquises no olho da noite aquela que tem fome                              de vida                              grita Imagem da internet sem indicação de autoria portais daquele tempo restam somente vultos na janela... n|um canto doutro mundo a

Ana Cecília Romeu em uma Prosa Poética

Imagem
Ovelha de Nuvem  Entre desassossegos de grandes passados e pequenas chances de hoje, a mulher inventou um promissor prado cor celeste. Contou carneirinhos, leu pensamentos e amores, respirou raridades, escarrou nas dores, ensaiou beijos e versou nas poucas horas vagas segurando um sorvete de limão, seu favorito. Não passava de uma Ovelha de Nuvem em céu escarlate. Qualquer pingo de satisfação que lhe chegasse aos dedos, o transformaria em algodão: branquinho, macio, modelável, palpável. Pois assim deveria ser sua trajetória: um par de sonhos, outro tanto de obras em andamento e o etéreo na adição das linhas de suas mãos. Um arremesso ao longe na brevidade da vida, e um chega para cá na felicidade em dízimas periódicas Fotografia por Luíse Rodrigues da Costa     Ana Cecília Romeu é gaúcha de Porto Alegre. Graduada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela PUC/RS, também estudou Artes Plásticas e Arquitetura pela UFRGS. Desde 2010, publica artigos em

Um Conto e uma fotografia - por Maria Balé

Imagem
Fotografia por Maria Balé Um Abraço Preso na Garganta     O barulho da chuva que cai no metal da janela do quarto se antecipa ao despertador. Ele abre os olhos. Lentamente. Olha para o relógio. É cedo. Tem um tempo, ainda. Cede aos apelos das pálpebras superiores que, sem resistência, voltam ao estágio anterior. A noite, insone, passara arrastada. Sem saber ao certo se é cansaço ou melancolia a causa da impenetrável espessura das horas, ele decide levantar-se. Permanece mais um pouco sentado na ponta da cama e, na tentativa de aliviar o peito comprimido pela angústia, respira fundo. Incontáveis vezes. Técnica de controle de estresse que aprendera num estágio nas Forças Armadas do Canadá, nos primórdios da sua juventude. Dispensa o desjejum e prepara-se para a viagem, há semanas, planejada. Às sete, em ponto, lá está ele, Treserres, apelido de Radamés Rodrigues Rangel, o motorista da empresa de transporte contratada. Viajar, desde sempre, é uma de suas paixões

Um Conto da maranhense Lindevania Martins

Imagem
Colheita Lindevania Martins O garoto levantou o braço, apontando o revólver de novo para Josefa, que perguntou: — Vai ser agora? Ele permaneceu mudo. Era uma lágrima caindo dos olhos avermelhados? Era quase um menino. Teria quatorze, quinze, dezesseis anos? Ela reclamou: — Vai demorar? Ele subiu o outro braço até a cabeça, afastando a franja que caía na fronte. Abriu a boca e fungou: — Não tenho pressa. Uns quatro metros de canteiros intercalados entre tomate e manjericão o separavam dela. A essa distância, ele não erraria. — Meu pai diz que a gente tem que colher com os dentes para comer com a gengiva. — Alguns nunca conseguem colher – Josefa replicou. — Não é o seu caso. Ao lado dela, no chão, o cesto de palha com os tomates recém colhidos. O revólver metálico, um calibre 38 muito lustroso, tremia na mão do garoto. — Conto até cinco e você sai correndo. Talvez eu atire, talvez não. — Não consigo correr. Meus joelhos são ruins. É o reumatismo. Por is

Um mergulho na Arte libertária de Cláudia Gonçalves

Imagem
Seis poemas e cinco Artes de Cláudia Gonçalves.                             epílogo                             na quase esquina                                        não há vaga                             perdeu-se o tato                             perdeu-se a valsa                             perdeu-se o enlace                             [na quase esquina_não vale]                             não vale o dote_                             não vale                             não vale a pena_                             não vale                             não vale o trote_                             não vale                             não vale o chumbo_                             não vale                             não vale o passe                             [não vale o rito do sal                             jorrado na face]                            constatação                            às vezes para romper                            o ei