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Mostrando postagens com o rótulo Literatura de autoria feminina

A POESIA EXISTENCIALISTA E INQUIETANTE DE NEIVA DE CAMILLIS | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. "Dias mulheres virão",  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Conheça a poesia existencialista e inquietante de NEIVA DE CAMILLIS , através de poemas extraídos dos livros Viração , A voz do silêncio , Sol de primavera e A faca e a flor : BARULHOS Eu gosto de ficar assim,  Ouvindo os barulhos Saboreá-los de longe Imaginar seus cheiros Adivinhar suas cores Definir as matizes Decifrar seus recados  Lembrar significados Delinear seus contornos. Eu gosto de ficar assim,  Na penumbra do meu quarto  Ouvindo passarinhos  O som dos vizinhos  O barulho da rua Crianças em algazarra Cães latindo, carros passando,  ônibus pa

Minha Lavra do teu Livro 17 | "MAR FECHADO MAR ABERTO", de ANGELA ZANIRATO e IVY MENON, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 17 - resenhas afetivas - "MAR FECHADO  MAR ABERTO" O AMOR À DERIVA  NO VÁCUO DA PALAVRA "Quem és tu que me lês? És o meu segredo  ou sou eu o teu segredo?"  (Clarice Lispector, in: "Um sopro de vida") MAR FECHADO MAR ABERTO  (Rizoma Projetos Editoriais,  2023) é um romance   escrito por  ANGELA   ZANIRATO  e  IVY MENON , que se constrói  através da troca de cartas entre as personagens do livro, Sofia e Helena - duas amigas  mergulhadas na saudade e dor da separação, depois da violência sexual sofrida por uma na infância, e que se repete na vida adulta daquela que fora testemunha ocular do estupro da primeira - acontecimentos que deixaram em ambas cicatrizes emocionais profundas. O livro começa com uma carta escrita por Helena a Sofia e, creio que, não por acaso, o primeiro capítulo leva o nome de "Tsunami" (no turbilhão emocional diante da separação das duas):  "Sofia, Hoje faz exatamente cem dias que você se foi. A

CINCO POEMAS DE ANA MARIA OLIVEIRA

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  fotografia da autora por José Lorvão AUSÊNCIA Borbulham portais de luz e movimento Na casa que foi lar na eternidade das galáxias Sons que sustentam um passado Vibrações que fixam à terra o abraço das árvores Colhendo os figos de mel sem contratempo Agora transponho a sombra e o pó O chão levantado as paredes esburacadas ruidosas Enferrujada e decrépita canalização Obras adiadas e dolorosas Um quintal feito de entulho Como um quadro pintado  Anunciador da morte e destruição Saio e acelero pelas ruas estreitas De um bairro em que habitam fantasmas Outrora feito de brincadeiras e entusiasmos Na subida às oliveiras generosas Crianças dançando sob os ramos admirando sustentações Na gritaria agitada num salpico de ilusões Hoje o tempo é impiedoso na prisão em forma de furna E num ápice entre inspirar e expirar Os órgãos cansados anseiam fechar-se sobre si mesmos Comunicam os espectros na vertigem pelo cosmos Mas assola-me sem controlo uma crise de choro e pesar Enquanto as cinzas permanec

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO "O MAR DE VIDRO", DE GABRIELA LAGES VELOSO | por SÍLVIA MOTA LOPES

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 capa do livro O mar de vidro  O MAR DE VIDRO :   POESIA, OFÍCIO  E  FONTE DE VIDA   por Sílvia Mota Lopes Recebi o livro de poesia O mar de vidro (2023), de Gabriela Lages Veloso. Foi um prazer deliciar-me com os seus versos. É preciso ler demoradamente para melhor interpretar e compreender. Sentir a poesia na sua plenitude. Numa primeira instância, para a usufruir naturalmente, sem muitas preocupações éticas, estéticas, nem formais, e posteriormente, no sentido de lhe dar mais relevo para poder escrever um pouco sobre ele. O livro aborda temas pertinentes como a terra representada pela deusa Gaia , aliás, o livro inicia com um poema com esse título. Gaia é a representação da mulher, da mãe, da terra, do ventre, da geradora e testemunha do tempo. Gaia também simboliza as estações e a vida como uma longa estrada percorrida (e que ainda temos muito a percorrer). No segundo poema, intitulado A origem , a autora sente a preocupação de explicar e justificar por que escreve, ou se