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Poema | Ruína, por Jeane Tertuliano

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  |Coluna 11| Há cadáveres por onde caminho. Mortes contínuas de mim mesma inibem a cicatrização da ferida que,  erroneamente, julguei estar contida. Meu corpo lívido, em penúria, verte; a poesia nas rimas do meu caminhar já não acalenta o meu desaguar. Me ponho a escrever porque há muito vislumbro o meu próprio ser, padecer. Cruel inconformidade que me fez ver verdade nas quimeras do viver!

Poema | Nunca Mais, por Jeane Tertuliano

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|Coluna 10| Entre quatro paredes, a solidão perene ecoa e o vazio destoa a voz que, chorosa, sufoca l e n t a m e n t e. Toda a gente padece um pouco maia a cada manhã dorida de verdades fingidas. Nada mais tem valor no vão ostensivo que reluz incolor. Empatia é sonora nos lábios sem amor de homens e mulheres. Eu sempre me questiono: o que eles pretendem falando do que não sentem? Mentiras há muito contadas desfilam encorpadas nas ruas, nos lares e nos corações frios. Apenas eu divago adoidado sobre os nossos temidos vazios?! Ignorar a escuridão à janela não apagará as sequelas. Nada mais será como antes! Deitada em minha gélida cama escuto o crocitar da ave medonha que sobrevoa o alto do meu ser...  "nunca mais" — eu a ouço dizer.