Poema | Ruína, por Jeane Tertuliano
|Coluna 11|
Há cadáveres
por onde caminho.
Mortes contínuas
de mim mesma
inibem a cicatrização
da ferida que,
erroneamente,
julguei estar contida.
Meu corpo lívido,
em penúria, verte;
a poesia nas rimas
do meu caminhar
já não acalenta
o meu desaguar.
Me ponho a escrever
porque há muito vislumbro
o meu próprio ser, padecer.
Cruel inconformidade
que me fez ver verdade
nas quimeras do viver!
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