Postagens

Mostrando postagens com o rótulo poesia literatura de autoria feminina

UniVerso de Mulheres 06 -Três poemas de Jamille Anahata, por Valeska Brinkmann

Imagem
  Três poemas de Jamille Anahata, por Valeska Brinkman        não sou só  meus joelhos ralados  ou a cicatriz na minha barriga sou também canga estendida  em dias ensolarados,  sorriso bordô, dança e cantiga *** toda vez que um de nós sem aldeia fala se reconhece no espelho  tem coragem de usar a palavra-tabu  sinto o fortalecimento  na pele no peito no sangue o plano deles era nos arrancar   nos engolir e integrar  apagar nossa memória mas nenhum vínculo é  tão forte quanto o dos encantados a ancestralidade  nos guia de volta *** teu beijo me acordou de um sonho as estrelas eram nossas cúmplices e teus cabelos com cheiro de carambola  me traziam de volta sempre que eu ia longe sol e lua desceram do céu e  nos observaram dançar e se embrenhar  entre infinitas raízes retorcidas teu beijo me acordou e ainda era sonho Jamille Anahata é manauara, ativista indígena, poeta e pesquisadora de Re

MEU PAIDEUMA FEITO DELAS: com Nívea Sabino, Simone Andrade Neves e Paula Fábrio

Imagem
[Nívea Sabino] SEM MEDIR FALA Digo que a revolução será debochada Segue comigo vai ser rimada poetizada Te apresento em versos – a maior luta armada – Negra dominando a fala e a palavra por essa eu sei Que cê não esperava (fez de mim escrava) Filha da… empregada! que procurava vaga na escola “fraca” que não era paga Vim dizer que você fraquejou no plano de oprimir a negrada Lá na minha quebrada a gente rima “favelada” com” empoderada” Sapatão é as minas que irão te mostrar que seu “liliu” na mão diante do meu “não” é uma piada Ei, macho alfa! – Sofre não! Sofre não…! Nenhuma mulher mais independente da cor ficará calada enquanto houver outras violentadas Violeta é a cor que marca a luta de resistência ao roxo que ocê deixou Preta nagô, nagôôô… Vamos dizer do tanto que Dandara lutou Cê acha mesmo que só barbado resistiu ao escracho!? Eu sangro! – Faça-me o favor! Não passará,

UniVerso de Mulheres 05 - Um Poema Inédito de Julie Dorrico, por Valeska Brinkmann

Imagem
Um Poema Inédito de Julie Dorrico, por Valeska Brinkmann                                                                               Foto©  Inaê Guion          O boto                                                                                            Para Márcia Kambeba Na ponta da canoa O canto ecoa Lá vem o boto! Da proa da canoa Dá pra ver o boto Brincando com o vô Lá vem o boto No pé do Apeú Atrás do canto! O boto gosta de canto! Um encantado faz o quê? Canta! Por isso ele veio! Por isso ele vem! Às vezes homem Às vezes criança Às vezes mulher Da ponta da canoa Quem ele é? Ô boto bonito Me leva pra ver o teu mundo? No balanço do maracá O canto ecoa Ecoa o canto! Julie Dorrico , nasceu em Guajará-Mirim (Rondônia) é descendente do povo Macuxi . Doutoranda em Letras na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PU

A presença da Poesia de Mariana Stelko, na quarentena francesa. Com tradução livre para o português

Imagem
Sem anotação de autoria, em: Foto Premium La Solitude vit sa vie  Elle marche en écoutant Nikita d’Elton John, et soudain, la nuit se convertit en karaoké au 17ème arrondissement.  En arrivant à la maison, l’Attente devient l’unique, l’attraction, elle se jette sur la canapé et balade son verre de rouge dans le salon, se retourne au lit, joue avec les draps, éteint la lumière, soupires, transpiration - de la pure provocation - tout ce dont elle insinue qui dépend de son temps. L’Ecriture s’interpose, jalouse, elle se rend bien compte que l’Attente instigue des songes de l’inconnu et des délires profus, c’est à quoi elle répond, que ce soit par la thèse ou par des poèmes, qu’elle provoque des éblouissements! Elle suggère les germes du service public dès le Moyen Age à 1791, d’interroger quoi de la solidarité dans les entretiens d’évaluation – elle dit - que ce soit des manageurs du Pôle Emploi, ou dans les fiefs des seigneurs, de la part des patrons, tou

A eclética Poesia bilingue de Kori Bolívia, em cinco poemas

Imagem
Paul Klee En la sonrisa del más allá Este niño ya nació huérfano, ni siquieras los ojos de su madre lo pudieron ver. Este niño nació a la fuerza, en silencio lo retiraron a la luz de la vida, entre lámparas, tropezando con la ausencia. Vivirá buscando su sombra en la sonrisa del más allá... René Magritte Sou Sou a floresta e cada folha caída, cada folha verde ao vento, pendurada. Sou o rio e cada remanso tranquilo, cada passo da corrente que leva sonhos de espuma. Sou a terra e cada planta, cada flor que busca o delírio da luz. Sou o beijo que te dou e o pássaro que leva em cada asa um universo de amor. Sou o Amor ardente que abraça o espaço, o corpo, pousado na paisagem do meu ninho consciente. Paul Klee Duele! Duele mi pueblo hambriento, el niño con su faz descolorida. Duele escuchar el