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Preta em Traje Branco | Ando Armada por Luciene Amor

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Coluna 8 fonte: pixabay.com Ando armada   Ando armada de informação, para que não prendam e manipulem meus pensamentos. A selva de pedra é uma guerra, é rude, um terrorismo patrocinado. Somos descartáveis para o estado. Quem se importa se crianças nas ruas passam frio? Ou se estão fazendo curso preparatório para carregar um fuzil? Quem se importa com a detenta que dá à luz algemada, com o depósito do sistema carcerário. Um rastro de pânico do racismo brasileiro! Cidinha da Silva ressalta bem, parem de nos matar! O que esperam? Que continuemos com mordaças? Ou vendas nos olhos? Que continuemos a nos curvar até o chão sem direito a interrogação? Já foi dito que preto não é intelectual, julgado inferior, carregado por um arsenal de complexos provenientes do colonizador. “A carne mais barata do mercado é a carne negra!” tá ligado? Não é fácil, né. Se liga aí. Mulher e poder caminham juntos, só cego não vê. Tentam destruir nossos valores. Mulheres de resistências tocam tam

A Face da Divícia | Os caminhões e a ponte

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  Coluna 01 Os caminhões e a ponte* - por Divanize Carbonieri no dia 12 de março estava num auditório lotado, em mato grosso ninguém parecia ainda temer o vírus, eu ouvia sobre as mortes na itália, lia a respeito do isolamento na china, os primeiros casos em são paulo, não estava mal informada, mas no fundo pensava que seria algo como a febre amarela de 2018, dela só lembrava dos bugios morrendo como moscas na mata, claro, porque ninguém iria vacinar macacos, vacina aí sendo justamente o diferencial, ao contrário da febre amarela, para o novo vírus ainda não havia (e não há) imunização, mesmo isso me passou despercebido, não atinei que estava diante de algo mais ameaçador, de 13 a 18 de março tentei vender meus livros, visitei muitas casas, levando os exemplares, encontrei amigos que queriam comprá-los, nessa altura já achava que seria necessária alguma restrição de deslocamento, mas não o confinamento, imaginava que haveria momentos de socialização, mais raros, porém, existentes de qu

Coluna 01 - In-Confidências - Apresentação, por Adriana Mayrinck

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| coluna 01 | Estreando minha coluna na Revista! por Adriana Mayrinck As árvores balançam suavemente nesse final de tarde, através da janela acompanho a vida que passa pelas ruas desertas, em mais um estado de emergência e confinamento em Portugal. Mas com outro olhar, outra percepção do que aconteceu em março de 2020. Atravessei todas as situações e emoções, sentidas e vividas através da janela, do ecrã, dos livros, filmes ou lives, nesse tempo. Em março vai fazer um ano, em qua as únicas pessoas que tenho contato físico são os que moram comigo (família), ou desconhecidos em supermercados, fármácia, médicos, dentista ou correios. Quase um ano sem encontrar amigos, parceiros, autores, leitores. No início, ainda almocei com dois amigos e tomei um café com outro. No mais, aprendi a conviver entre o distânciamento físico, mas tão perto virtualmente ou por telefone e a vontade de desconectar e dar um tempo das redes sociais. Aprendi a superar antigos paradigmas, despertar os meus sentidos,

De Prosa & Arte | A benção e o traje branco

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  Coluna 14 Foto acervo A benção e o traje branco Nunca entendi bem quando criança essa coisa de pedir a benção aos mais velhos/experientes. Como não era um hábito familiar, eu me incomodava quando ia a casa de minha avó paterna  e minha mãe dizia: _ Peça a benção. Fiz algumas vezes a contragosto e por obediência. Achava que era uma prática religiosa arcaica na qual por algum motivo desconhecido eu nunca me encaixei. Quando adolescente, rebelde e respondona, minha mãe desistiu de me orientar sobre. Senti que meu amor pelos mais velhos (os mais queridos, claro) transcendia esse hábito mecânico ao qual me obrigavam. Quando conheci a família do meu ex marido, outra vez me deparei com a prática de pedir a bênção. Via meus cunhados fazendo isso com os pais e tios. E embora não houvesse a mecânica que me incomodava, ainda não tinha sido movida a acreditar que pedir a benção podia surtir mais efeito do que dizer: _ Tchau vó… e olhar em agradecimento pra ela por me pentear os cabelos e fazer c

Nietzsche conto 01 | Do avesso ao verso

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| coluna 01 | Nietzsche Conto - Do avesso ao verso por Chris Herrmann Naquele dia quente, eu completava 501 anos, com cara de ‘brotinho’ de 45, quer dizer, 445 anos. Meus descendentes formavam metade da população de Duisburgo, aqui na Alemanha. Todos muito ocupados para comparecer festinha que não foram convidados porque eu não queria, enviaram seus hologramas para me parabenizar. E eu, tadinha, muito ocupada com meus exercícios (débeis) mentais, agradeci a todos em todas as línguas que estudara nos últimos 400 anos. Ou seja, todas as línguas esquecidas e mortas do planeta. Porém, ninguém me entenderia, ainda que tivesse prestado a atenção. Em seguida, estava me preparando para dizer AGORA CHEGA, DEIXEM-ME IR EMBORA PRA CATENDE, quando uma criança de uns 5 anos, que não era um holograma, se aproximou de mim e me perguntou em uma língua que eu ainda não tinha estudado mas compreendia, sem nem mexer os lábios: “Vó Chris, você está triste?” E eu: “Sim, penso que me transformei em uma selv

PodPapo 10 | Entrevista com a cantora brasileira Aline Amorim

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|  PodPapo 10 | PodPapo - O primeiro de 2021 Entrevista com a cantora brasileira Aline Amorim por Chris Herrmann A primeira edição  de 2021 da nossa coluna de entrevistas em formato de áudio é com a talentosa cantora brasileira, de Santa Catarina, Aline Amorim. Conheci a Aline por acaso, procurando uma versão acústica da música Time da banda Pink Floyd no YouTube. Para minha felicidade, foi assim que pude ouvi-la pela primeira vez. A verdade é que essa primeira vez, a gente realmente não quer esquecer! Nosso bate-papo foi agradabilíssimo. Foram 34 minutos com revelações importantes e duas belas surpresas. Vocês podem ouvir nosso PodPapo completo aqui ou no Podcast da Revista - Pod Ser MulherArte - nas plataformas Anchor, Spotify, Google, entre outras.  A entrevista foi realizada na data de hoje, via WhatsApp.  Para ouvir clique na seta abaixo do nosso Podcast:  valsinha | chico buarque i heard love is blind | amy winehouse summertime | ella fitzgerald preciso dizer que te amo | cazuza

Cinco poemas de Claudia Miranda Franco | "Moenda"

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  Carabo Spain por Pixabay.   Cinco poemas de Claudia Miranda Franco Moenda O moinho gira, roda. Prensa, aperta. Na dança da necessidade, Eu Grão, verde/ora/duro, seco, sede, Cede, se esfacela pelo chão Hoje eu não quis/ não... Não ser, não haver, não há. O que será que tem do lado de lá? Eu nau, vago, vaga, perdida, em qual ferida se desfez meu coração? Namoro com a sombra... Corri aqui e acolá. Fugir? Ela nunca esteve fora, No centro, dentro, fio fino, frio... por um triz No escuro os olhos não doem.   Quem manda! Saia já daí! Já disse que ali não pode, Caminha no meu corpo, Navegue no meu suor... Mas aqui não! Minha mente é particular.   E, quando privada de sentidos, Qual o sentido? Cercada... segue, Há trincheiras, minas E mesmo nesse terreno incerto Sobrevive, aqui ainda mando eu! Despido de sua ausência Preâmbulo nas ideias Vasculho lugares onde você não está... Quando raro, encontro um canto, e veja só: aqu

Sete poemas de Rozana Gastaldi Cominal | "Aos protagonistas da cultura viva"

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  Pexels por Pixabay   Sete poemas de Rozana Gastaldi Cominal "Aos protagonistas da cultura viva" Incógnita   O que há entre mim e você? Regras gramaticais, alquimia interina ou lacunas vazias? *   Flâmula poeta sou sigo a voz que   chama solta e revolta sigo o peito que inflama   poeta sou solto a voz que alumia a estrada onde companheiros me esperam com o coração na epiderme japanibackpacker por Pixabay   Em tempo de guerra   imperfeitos gomos defeito genético em todos os cromossomos não há dna que nos alivie do que somos * Em tempo de paz destros e sinistros nem sempre perfeitos em todos os compromissos há tolerância para os casos omissos *   Decreto fora da lei ·          Dedicado a Thiago de Mello, o poeta da floresta, o homem das vestes brancas   Aos protagonistas da cultura viva fica decretado que vamos cuidar um do outro um cuidar não  por obrigação um cuidar que envolve cheiro, beleza, es