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Uma crônica de Dalva Maria Soares | "A janta tá pronta?"

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Imagem de Magnascan por Pixabay.   Uma crônica de Dalva Maria Soares "A janta tá pronta"? Cinco e quinze da manhã. O som das patas do Scooby na porta me desperta do sono. Venço a vozinha que, sussurra todos os dias, na hora da caminhada para eu não ir, e vou. As luzes da cidade ainda estão acesas. Coloco os fones de ouvido e saio, embalada pela voz de Nina Simone: “ Ain't got no home, ain't got no shoes, ain't got no money ”... No céu, a lua está inteira. Do outro lado, o tom vermelho-alaranjado atrás da serra informa que o sol surgirá em breve. Os cachorros ainda dormem enrodilhados no meio da rua. Seis horas em ponto. O carro da secretaria passa com a equipe da saúde da família a caminho da zona rural. A lua sumiu, o sol já vai alto. Dou meia volta no trevo e retorno. Vejo criança penteada e com o uniforme da escola. Apresso o passo para ter certeza que o menino acordou com o despertador. Sete horas. Despachar o menino pra escola, cozinhar feijão, comprar

Preta em Traje Branco | Trinca de Versos de Valéria Mendonça

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Coluna 20 Trinca de Versos de Valéria Mendonça Ela chega de mansinho Abrindo caminho,  curando feridas De almas oprimidas Mentes acorrentadas Liberando dores,  antes encurraladas A poesia liberta. Pensamentos aprisionados, sentimentos sufocados Traz a tona o que estava escondido Palavra por palavra Passa a fazer sentido A poesia salva Como remédio  em doses homeopáticas A poesia ampara Vira acalento Nesses tempos sombrios Como um cobertor Em dias de frio  ***************************** Odoyá, minha mãe Minha mãe, Odoyá Minha gratidão Rainha do mar Dona do meu Ori Que me traz a luz Em meio a escuridão Seca minhas lágrimas E me faz sorrir Na beira das águas Faz uma transformação em mim Lava todo o ódio e rancor Tira tudo que é de ruim Me acolhe  e me enche de amor Odoyá, minha mãe Minha mãe,  Odoyá ***************************** Passa tempo Tempo passa E como passa Cabelos brancos, nascem Quilos aparecem O co

Especial Literatura | Vinte autoras de/em Cuiabá

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"As Bugras" de Neide Silva. Acrilíca sobre tela. 150x150. Especial Literatura Vinte autoras de/em Cuiabá _ por Divanize Carbonieri No aniversário de 302 anos de Cuiabá, preparei um especial com 20 autoras que nasceram ou vivem na cidade. Tal lista não se pretende exaustiva nem muito menos completa. Alguns critérios a nortearam: autoras vivas com pelo menos um livro solo (ou em coautoria) publicado ou no prelo. De qualquer forma, apresento aqui apenas um ponto de partida para quem quer conhecer um pouco mais da produção literária de mulheres de/em Cuiabá. 1) ANDREZA PEREIRA Andreza Pereira vê na travessia a palavra escrita como algo bo­nito a ser visto. Tem trabalhado com palavras no jornalismo, na pesquisa acadêmica, se exercitando na literatura. Nasceu em Cuiabá, cresceu tendo os ouvidos amaciados pelas palavras da­qui, espiando os calorosos afetos cuiabanos. Na luz desse Brasil do meio, escreve como quem compartilha. É autora de Água não tem galho (2020), em coautoria com