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De Prosa & Arte | Conto - Crônica de Intenção

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Coluna 26 pixabay.com/pt/photos/vale-de-napa  Conto - Crônica de Intenção Vez ou outra, me ocorrem sopros de letrinhas travessas, reinventando intenções nos meus escritos. Temo que esteja me tornando violentamente e/ou assustadoramente escritora. Longe de querer receber esse título de outrem, eu mesma vou me dando o direito de assumí-lo.  Um dia depois de um vendaval de letras me tornei poeta, e porque não poetisa? Penso que até a Língua Portuguesa traidora, estimulada por alguns linguistas mais antigos ou tradicionais, tratou de estabelecer um substantivo feminino um tanto mais delicado. Talvez acreditando que o peso de ser POETA, só podia vestir calças e suspensórios. E até nisso, muita coisa mudou. Me afirmo poeta, com o valor e peso que a palavra tem. Mas não estou aqui pra discorrer sobre encrencas linguísticas. Não hoje. Queria lhes contar que dias depois dos vendavais de poesia, sofri de uma tempestade de ideias e reflexões. Então, me peguei organizando a sopa de letrinhas das m

Para não dizer que não falei dos cravos | Duas crônicas de Dias Campos

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  Coluna 19 Duas crônicas de Dias Campos Quanta responsabilidade!* No dia a dia é comum confrontarem-se opiniões absolutamente antagônicas sobre um mesmo assunto. Aliás, nas lides forenses isso é corriqueiro. Como consequência, é natural que um dos lados prevaleça, seja porque é o mais forte, seja porque está protegido pelo direito. Sendo assim, jurava que nenhuma outra hipótese seria suficiente para me deixar impressionado ou descontente. No entanto, ontem à noite, quando assistia à televisão, acabei mordendo a língua... Era um documentário sobre o posicionamento de vários escritores, atuais e do passado, acerca da esperança. Dois deles me chamaram a atenção, visto que bem poderiam ser escolhidos os representantes daquele antagonismo. Por mais paradoxal que seja, apesar do seu Amor de perdição e de ter sucumbido às tentações do suicídio, o extremo positivo era encabeçado por Camilo Castelo Branco, que proclamou “Bendita seja a esperança, filha dos céus, eterno cântico dos anjos.” No p

De Prosa & Arte | Páscoa, Renascimento e o Capital

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Coluna 25 Raheel  Shakeel por Pixabay Páscoa, Renascimento e o Capital Nestas épocas em que se lotam supermercados atrás de futilidades que nada tem a ver com a energia, com o tônus espiritual desse momento, esvaziam-se as gôndolas. Estamos passando por um período de muitas mortes. Às vezes a fé parece esmaecer. Vivenciamos um desgoverno pseudo religioso onde os menos favorecidos precisam escolher entre a iminência de morrer contaminados no trânsito diário ou de fome pelo desemprego. Ainda assim, esvaziam-se as gôndolas. Caminhamos alienados diante do capital e pouco estendemos nosso raciocínio para além do senso comum. Seguimos o discurso empresarial e econômico que sobrepõe a segurança e a saúde pública, consequentemente a vida, nas filas de supermercado atrás de embalagens coloridas. Num país onde as desigualdades sociais são intensas e a luta de classes acirrada. Quem movimenta a economia e está atrás de volante, vassouras, máquinas, balcões são "as minorias", na verdad

Preta em Traje Branco | Duo de Versos de Vanessa Kayren

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Coluna 19 Fonte: pixabay.com / geralt Duo de Versos de Vanessa Kayren TEXTO 1 É quando mergulho neste mundo eu Que me perco em dores e lamentos E viajo  até o mais profundo ser -Que sou- E quanto mais me acho Mais me perco em mim mesma. E é nessa sede saber o que não sou Que acabo por me achar perdida E desgarrada daquilo que um dia eu fui... Mágoas e ressentimentos,  fracassos, medos Me encontrando e me perdendo  a cada busca, À procura do que sou. Cavando cada vez mais fundo Como um poço dentro de mim Cavando e caindo Nesta solidão ardil que me persegue Dia após dia, noite após noite, Madrugada a dentro...     TEXTO 2 Teu olhar disparou - Me acerta – Eu sem pensar caí -Me entrego- Eu mergulho em você Te construo e reconstruo Pedaços possíveis de nós Trechos e sonhos loucos -Remonto Se me sorrir -Eu tremo Se te escutar -Derreto E volto de novo Arredia em suspiros Destemida em desejos -Despida O teu corpo no meu -Quente, nu e sem s

Um conto de Evelise Pimenta | "Foi num sábado qualquer..."

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  Um conto de Evelise Pimenta Foi num sábado qualquer do mês passado que eu senti vontade de comer alguma carne assada e fui ao mercado daquela esquina famoso por preparar carnes nos fins de semana aproveitando assim os alimentos carnes e vegetais vendidos respectivamente no açougue e na quitanda interna que também oferecia itens de granja como ovos de galinha e codorna que costumo cozinhar ao menos uma vez por semana para obtenção de boa proteína e para acompanhar a proteína da carne como a costela que decidi comprar e que o moço que faz os assados pediu para a mocinha sorridente buscar na cozinha porque eu cheguei cedo demais e as costelas estavam embaladas em papel alumínio desde o dia anterior quando foram assadas porque no próprio sábado não daria tempo de assar a tempo para o almoço dos clientes sempre desejosos de bons nacos de costela que pulavam dos ossos tamanha perfeição obtida através do fogo vindo do carvão e da churrasqueira própria para tal e foi então que eu lembrei que

Três poemas e um conto de TAİ | "DIAMANTEMENTE NO CÉU"

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  Imagem de WikiImages por Pixabay.   Três poemas e um conto de TAİ  "DIAMANTEMENTE NO CÉU" DOR DE EMOÇÃO ACUMULADA SEM VEZ DE SER TROCADA E TOCADA É DOR INCAUCULADA. * OS OLHOS TE VÊM A VOZ TE CHAMA O PENSAMENTO TE PENSA A EMOÇÃO TE PAQUERA MAS…. O CORAÇÃO NUNCA TE TOCA. * DE TANTO OUVIR, SENTIR E VER O MUNDO. DEUS TONTO E MUDO EXPLODIU! ESTILHAÇOU-SE EM ZIL PEDAÇOS QUE NO AGORA BRILHAM DIAMANTEMENTE NO CÉU. BELAS VELAS ACESAS NO VENTO DO TEMPO SOMOS TODOS! ESTRELAS À PROCURA DE DEUS. Imagem de David Mark por Pixabay.   A DESPEDIDA   Ninguém viu Quando o poeta desistiu e partiu. Assim sem pressa. Apenas um alguém...o viu. O menino. O poeta partido partiu. Só o menino viu. No mesmo lugar os dois a se ligar. Ao sabor do vento num ritmo lento e profundo, sem saber ele ia...ia.... até o fim. Neste instante! ... Um rompante explode dentro do peito do menino. O menino sente pela primeira vez o pulsar e o acordar do se