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Mostrando postagens com o rótulo Ensaios

Preta em Traje Branco | Dois Versos Vibrantes de Oyá

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Coluna 12 pixabay.com Dois Versos Vibrantes de Oyá ENCONTRO   Senta, relaxa… Um beijo pra começar Uma palavra, Um olhar.   Abraço que acolhe, Troca de energia boa, fortalece Um beijo, Um cheiro, Um gole de você Momento de bem viver   Preto e preta se querendo Se doando, se entendendo Um sussurro ao pé do ouvido Preta… Preto... Esse lance está ficando gostoso Um abraço Um cheiro Uma palavra Um beijo Deixa eu te mostrar como é gostoso No nosso ritmo, do nosso jeito.   Batida perfeita, sem pressa, sem correria, mas na mesma sintonia. Eu te fortaleço, você me fortalece  inspiração em comum também aquece. Dois corpos se unindo sem medo, sem regras: o jogo é nosso, fazendo a mais pura troca de energia.   Um beijo, Um cheiro, Um abraço Um gole de você Um sussurro ao pé do ouvido… Preta… Preto… Só vem que vai ser lindo...   **********************   PLENITUDE A plenitude é encontrada em um gozo contínuo. Q

Preta em Traje Branco | Trinômio de Valéria Rufino

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  Coluna 11 Trinômio de Valéria Rufino Um grito para Herzer Tem um pássaro que canta a liberdade em sua prisão. Ele é lindo, e alguém que não se conhece bem o tem. Ele canta... “Eu tô só, num canto” No espelho, o alguém está se vendo, Eu solta, pessoa, me vendo.   Então usam-me, se esbaldam.  Matam-me e se perdem Ressuscitam-me, mostram-me e escondem-me Deixam-me em pranto  e forçam-me a sorrir No entanto, vestem-me ao sol, despem-me no frio. Meu corpo vazio, Sem desejo... no cio. Nesse mundo sombrio, que me leva ao delírio do instante que passou. E aquela vida que eu sonhei ontem amanheceu morta. Essa morte eterna da vida, Vem castrando os meus sentidos, Vem corroendo os meus gemidos. Eu vou escorregando de mansinho, Indo ao encontro radical. À raiz do pilão, s ocada, moída, Está o ser, a razão... Da pessoa humana natural, Da vida do ser individual. Inspiração “A Queda para o alto”, a história de Sandra Mara Herzer Coisas da vida I Eu choro na noite, e me encolho  embaixo dos cobe

Preta em Traje Branco | Fotopoesias encorpadas de Susana Malu Cordoba

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Coluna 10  Foto por Sonia Regina Bischain Fotopoesias encorpadas de Susana Malu Cordoba A foto marca o início, a descoberta da palavra.  Foi ali que toda uma vida anterior se esvaiu por entre os meus dedos.  Discreta e invasiva   a poesia marcava esse corpo de carne e ego. Primeiro, consumiu meus olhos, no espelho e nas fotos passei a carregar novos  olhos que não os meus, os olhos antigos foram arrancados e me deram esses de presente, esses que se prendem no horizonte e sem motivo algum se perdem no amontoado de casas sem reboco.   Depois me arrancou a voz, mas não toda a voz, me arrancou aquela voz antiga precoce que antecede a dor, t ambém me tirou a pele... essa roupagem talhada de estigmas. Invasiva a poesia vem e me imputa novas vestes e a pele de hoje é tão frágil quanto a certeza de que um dia ensolarado é um dia feliz. Agora ela deu de mexer com minhas mãos essas que até ontem eram mãos de trabalho, mas que hoje se revolta... se rebela, sinto que perderei minha mãos da

Preta em Traje Branco | Carta para as Paulas, Jamals, Enzos, Lohaines, Samuels de Joyce Dias

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  Coluna 9 Carta para as Paulas, Jamals, Enzos, Lohaines, Samuels, que encontro todos os dias no exercício da função e na vida. Tem os boletos, os Crushes, a faxina, a vontade de dormir mais . Mas, sabe o que mais tem, Paula, Jamal, Enzo, Lohaine, Samuel?  Tem os amores que dão certo, aqueles que fazem a gente sentir borboletas no estômago, que mesmo longe, trazem felicidade. Pode não durar para sempre, mas sempre haverá outro amor. Tem felicidade do boleto pago, aquela sensação de sonho realizado, de poder ter coisas que conquistou junto com alguém ou sozinho. Tem a sensação maravilhosa da louça lavada e da casa limpa, talvez, coisa de virginiano, restem a liberdade... Ahhh, a liberdade de ir e vir, de ser quem você quiser ser e o que você quiser. Tem seus amigos, você.  Vai fazer algumas amizades que passarão e tá tudo bem, mas terá aquelas que irão durar para sempre, mesmo longe. Tem sua família, que pode aumentar, ou não, você pode ter/adotar filhos, ou ser tia/o de alguém super le

Preta em Traje Branco | Ando Armada por Luciene Amor

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Coluna 8 fonte: pixabay.com Ando armada   Ando armada de informação, para que não prendam e manipulem meus pensamentos. A selva de pedra é uma guerra, é rude, um terrorismo patrocinado. Somos descartáveis para o estado. Quem se importa se crianças nas ruas passam frio? Ou se estão fazendo curso preparatório para carregar um fuzil? Quem se importa com a detenta que dá à luz algemada, com o depósito do sistema carcerário. Um rastro de pânico do racismo brasileiro! Cidinha da Silva ressalta bem, parem de nos matar! O que esperam? Que continuemos com mordaças? Ou vendas nos olhos? Que continuemos a nos curvar até o chão sem direito a interrogação? Já foi dito que preto não é intelectual, julgado inferior, carregado por um arsenal de complexos provenientes do colonizador. “A carne mais barata do mercado é a carne negra!” tá ligado? Não é fácil, né. Se liga aí. Mulher e poder caminham juntos, só cego não vê. Tentam destruir nossos valores. Mulheres de resistências tocam tam

Preta em Traje Branco | Quinteto de Versos de Valéria Rufino

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Coluna 7 Quinteto de Versos de Valéria Rufino Poesia Não se explica Mas implica   Olhos sem pálpebras Vou fechar os meus olhos e me perder no vazio. Dentro da escuridão imensa, Onde eu não veja o sofrimento, nem tão pouco me sinta inútil. Nesse vazio na alegria mortal Na vida sinto a morte como um pulsar de dor intensa, Ah! Essas células que me foram impostas, Vida que eu não te quis, Vida pela qual nada fiz.   O sol brilha iluminando a podridão, o vento sopra a poeira do chão em olhos sem pálpebras, de um ser quase inato, Que sofre sem ter Que morre sem ver.   Eu durmo em minhas críticas, e acordo navegando em súplicas. Não quero mais abrir os meus olhos, quero dormir eternamente, pensando na morte é que me sinto gente.   Cotilédone Nascer é sentir o prazer esgotante da primeira respiração. É esticar as pernas pra fora do corpo de uma mulher, Como a primeira folha que surge do sêmen. Mostrando sua cor verde na terra v