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Mostrando postagens com o rótulo Poesia feita por mulheres

A delicadeza Poética de Diná Vicente: quatro poemas

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imagem de autoria de Elisabetta Rogai Quarentenar __________ não é ócio. É fatigar no turbilhão, Mergulhar em oceano De solitude inquirição. __________ não é hostilidade. É lapidar a própria essência, Redescobrir rotas perdidas No redemoinho de enganos. __________ não é clausura. É abrigar-se na própria alma, Retirar o véu da ignorância E desvendar novos enigmas. __________ não é em vão. É realinhar o eixo da vida, Acessar os arquivos ocultos E acender a luz na escuridão. imagem de autoria de Davi Vicente Desnuda Tira a casca Esconde o friso Sobra o espelho Nu e cru. Mostre a ferida Descarte a rota Soletre a nota Em dó maior. Feche os olhos Tampe os ouvidos Solte um grito Ao infinito. Revela a verdade A pura imagem Do ser fascinante Que é você! Imagem: Pinteres

UniVerso de mulheres 03 Poesia Alemã e Indígena - Três poemas de Márcia Kambeba

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Três  Poemas de Márcia Wayna Kambeba, por Valeska Brinkmann                                                 Foto ©Márcia W. Kambeba Amazonidas Somos filhas das ribanceiras Netas de velhas benzedeiras Deusas da mata molhada Temos no urucum a pele encarnada Lavando roupas no rio, lavadeiras No corpo um gingado de carimbozeiras Temos a força da onça pintada Lutamos pela aldeia amada Mas viver na cidade não tira de nós o direito se ser nação Ter ancestralidade, sabedoria, cultura Somos filhas de Nhanderú, Senerú, Nhandecy O Brasil começou bem aqui ou será que foi ali Não nos sentimos aculturadas Temos a memória acesa E vivemos a certeza de que nossa aldeia  Resistirá ao preconceito do invasor Somos a voz que ecoa Resistência? Somos, sim senhor! Guerreiras Nas penas que trago no cocar Nas contas que contam minha história No espírito que carrega a memória Na cara ou n

Azuis como o fogo, cinco poemas de Solange Damião

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" Blue Strike, Acrylics on canvas", de Dacanal ÂNSIA DE AZUIS Toda vez que olho o mar sonho ao encontrar-me defronte de um mistério vasto, sinuoso, de um mistério íntimo, onde sons se esforçam por bradar, por lhe sumirem do inaudível imo Em frente ao mar eu desatino, nesse silêncio de quem descortina a vida da própria alma; em frente ao mar sou um tu, a outra parte de mim a se batizar Prendo-me a ti, porque o desatino que me inunda tem a sinuosidade dos teus traços: fortes e marcantes em que me transubstancio ao mais profundo sentimento sem barragem nesta ânsia de azuis do meu olhar. "Mar mãe", de Catarina Machado ESTA TARDE Esta tarde a brisa toca as árvores e um amor envolve as sementes. Se os sons das folhas dançassem pelo chão, o caminho guardaria o tempo. E se confessasses o teu amor eu voaria até a copa Assim, refugiar-me-ia em ti – tudo por ter desejo de viver, porque o aconch

Resenha do livro de Márcia Maia, ONDE A MINHA ROLLEIFLEX?

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A FOTOGRAFIA DA POESIA por Nic Cardeal    ONDE A MINHA ROLLEIFLEX? (Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2012) é um livro escrito por MÁRCIA MAIA , ganhador do 'Prêmio Eugênio Coimbra Junior - Poesia' (Recife, 2008), que reúne poemas que parecem fotografar, além da realidade, a própria imaginação da autora. De um texto suave, delicado, amoroso, mas também forte - também político - como bem diz Amador Ribeiro Neto, ao prefaciar a obra: "(...) Não é preciso um tratado de fotografia ou de astronomia lunar para alumbrar-se com a poesia concisa, miúda, delicada de Márcia Maia. Mas, ao mesmo tempo, poesia forte como um touro madrileno. O que a mão esquerda lhe ensinou, o poeta aprendeu com Miró. A mão direita já nascera picassiana (...)" (MAIA, 2012, p. 6). Enquanto os olhos viajam pelas páginas, a mente inclusive é capaz de 'fotografar' os poemas de Márcia, tamanho o mergulho nas ondas dessa 'rolleiflex' imaginária! Imaginação que

A doce e bela poética de Jéssica Kauana: seis poemas

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Man Ray teus traços inspiram-me esboços poéticos salientam teu corpo ardente ousado em queimar a pele em lava nesse meu vulcão de desejos enquanto afogo-me em lágrimas e me debruço sobre esse abismo casual te falo meus anseios soprando em tua orelha o quanto quero sentir teus beijos expelindo doçura nos meus lábios escaldantes Tarsila do Amaral toda lua eu lembro... estávamos você eu e ela a flutuar pelo horizonte... Toulouse porventura escrevi: que teus lábios contêm doçura e, dos teus beijos, o néctar expele da tua boca com indescritível pólen ao meu paladar poeta Regina Velloso a luta é todo dia é contínua, é consonante andando ora fora, ora nos trilhos em direção de múltiplas liberdades ser e pensar o quê/como eu desejar enquanto eu viver, pregarei pelas vozes das mulheres e seus clitóris a gozarem cosmos. sem anotação de autoria faça sua música com vinho am