Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Valeska Brinkmann

UniVerso de Mulheres 05 - Um Poema Inédito de Julie Dorrico, por Valeska Brinkmann

Imagem
Um Poema Inédito de Julie Dorrico, por Valeska Brinkmann                                                                               Foto©  Inaê Guion          O boto                                                                                            Para Márcia Kambeba Na ponta da canoa O canto ecoa Lá vem o boto! Da proa da canoa Dá pra ver o boto Brincando com o vô Lá vem o boto No pé do Apeú Atrás do canto! O boto gosta de canto! Um encantado faz o quê? Canta! Por isso ele veio! Por isso ele vem! Às vezes homem Às vezes criança Às vezes mulher Da ponta da canoa Quem ele é? Ô boto bonito Me leva pra ver o teu mundo? No balanço do maracá O canto ecoa Ecoa o canto! Julie Dorrico , nasceu em Guajará-Mirim (Rondônia) é descendente do povo Macuxi . Doutoranda em Letras na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PU

UniVerso de Mulheres 04 - Poesia Alemã e Indígena - -Dois Poemas e Três Epigramas de Liselotte Rauner

Imagem
Dois Poemas e Três Epigramas de Liselotte Rauner, por Valeska Brinkmann Madeira utilitária Nós matamos a floresta Dia após dia e atingimos a nós mesmos com cada golpe Aquilo que verdes copas carrega cortado desfolhado descascado serrado torna-se madeira utilitária - torna-se papel e nele escrevemos poemas sobre árvores para que nossos descendentes saibam quão maravilhosas as florestas eram Nutzholz Wir schlagen die Wälder Tag für Tag und treffen uns selber mit jedem Schlag Was aufrecht grüne Kronen trägt gefällt entlaubt geschält zersägt wird Nutzholz - wird Papier und darauf schreiben wir Gedichte über Bäume damit die nach uns kommen erfahren wie wunderbar die Wälder waren Fui demitido Fui demitido, que significa liberado Então, sabemos como eles chamam isso Em sua língua são reconhecidos: Segurança social significa seguro-desemprego E racionalizar significa tanto quanto substituir gente por tecnologia O que as pesso

UniVerso de mulheres 03 Poesia Alemã e Indígena - Três poemas de Márcia Kambeba

Imagem
Três  Poemas de Márcia Wayna Kambeba, por Valeska Brinkmann                                                 Foto ©Márcia W. Kambeba Amazonidas Somos filhas das ribanceiras Netas de velhas benzedeiras Deusas da mata molhada Temos no urucum a pele encarnada Lavando roupas no rio, lavadeiras No corpo um gingado de carimbozeiras Temos a força da onça pintada Lutamos pela aldeia amada Mas viver na cidade não tira de nós o direito se ser nação Ter ancestralidade, sabedoria, cultura Somos filhas de Nhanderú, Senerú, Nhandecy O Brasil começou bem aqui ou será que foi ali Não nos sentimos aculturadas Temos a memória acesa E vivemos a certeza de que nossa aldeia  Resistirá ao preconceito do invasor Somos a voz que ecoa Resistência? Somos, sim senhor! Guerreiras Nas penas que trago no cocar Nas contas que contam minha história No espírito que carrega a memória Na cara ou n

UniVerso de Mulheres 02 - Dois Poemas de Sandrinha Barbosa

Imagem
Dois poemas de Sandrinha Barbosa, por Valeska Brinkmann Foto ©Ribamar Caboclo Ave, Solimões ainda há pouco teu filho        o velho Madeira nos entregou        de braços abertos a ti e agora navegando em tuas        barrentas águas, te saúdo: Ave, Solimões cheio de graça! pai         mestre amigo e senhor majestoso        há milênios dessa sagrada Amazônia onde reinas humilde  repleto de sabedoria: Ave, Solimões cheio de graça! que teu corpo        seja a rede e teu espírito        seja o bálsamo às dores  na alma que ora sinto  percorre meu sangue segura em teu colo        meu coração e se possível        ainda leva minh´alma        para descansar um pouco nas profundezas de tuas turvas águas onde eterno  e                      utopia convivem na paz de tuas lendas e             mistérios Ave, Solimões cheio de graça!                                                  

UniVerso de Mulheres 01 - Três Poemas de Mascha Kaléko traduzidos por Valeska Brinkmann

Imagem
Três Poemas de Mascha Kaléko Traduç ã o: Valeska Brinkmann Chanson von der Fremde Die Fremde ist ein kaltes Kleid mit engen Kragen Ich hab's mit meinem Koffer oft im leben schon getragen Als Einzelgänger  von Natur wohn ich nicht gern zu Gaste Ich hause lieber unterm Dach als fremd im Prunkpalaste Ich reise ohne Stock und Hut Und tanze aus dem Reigen wenn einer eine Reise tut da kann er viel verschweigen. Canção do estrangeiro O estrangeiro é um vestido frio com um colarinho apertado Na vida muitas vezes eu tenho minha mala usado Solitária por natureza Não me apraz morar com um batalhão Prefiro viver sob o sótão como estrangeira na suntuosa mansão Viajo sem bengala e chapéu E danço fora da ciranda quando se faz uma viagem muito se oculta e debanda.    Worte in den Wind Du zahlst für jedes kleine Wort auf Erden, für jedes Mal, da du das Schweigen brichst. So tief du liebst, wirst du verwundet werden und mißversta