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Mostrando postagens com o rótulo Valeska Brinkmann

UniVerso de mulheres 10 - A crônica urbana e poética de Fernanda Vieira, por Valeska Brinkmann

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UniVerso de Mulheres 10                                                                       A crônica urbana e poética de Fernanda Vieira , por Valeska Brinkmann Nada mais importa   Que me importa o que eles falam? Que me importa o que eles dizem? Deslizo meu corpo na fluidez da minha liberdade de mulher que sabe, sabe que nada mais importa. Cantarolo uma música de que não sei a letra. Eu que nem sei como pavimentei esse caminho pelo qual vou me escorregando. Vou me abrindo na confiança de ser sempre nova amanhã. E meus olhos recebem desejosos seja lá o que tocarem. Escancarei as janelas da minha alma porque perdi o medo de me machucar no escuro. Tão perto de mim que pouca coisa importa. Esbarro nas coisas e derrubo pedaços de mim por aí, descuidada. Hoje eu me abri para o infinito. E me invadiu a consciência de tudo tão violentamente que meus poros transbordam e transpiram. Transformam. E essas palavras todas que eu não vou não sei não quero não preciso dizer vão te encontrar de al

UniVerso de mulheres 09 - Três Poemas de Rayen Kvyeh - traduzidos por Valeska Brinkmann

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| Coluna 09 | Três Poemas de Rayen Kvyeh  - tradução Valeska Brinkmann Tempo da lua fria     * Inesgotável tempestade de granizo do wekufe chicoteia as araucárias sem piedade expulsa os choroyes** de seus ninhos bandos tempestuosos enlouquecidos .viajam pelo espaço No altar  o tambor do pajé ,soa na noite sem lua lá ao alto os choroyes se detêm   : e lançam o fatídico presságio chegarão os estrangeiros .e um tremor rasgará a terra   wekufe – força negativa que tenta destruir o equilíbrio natural * Choroy – espécie de papagaio típico dos boques do sul do Chile ** Tiempo de luna fría Granizada inagotable del wekufe azota sin piedad las araucarias desaloja de sus nidos los choroyes enloquecidas bandadas tormentosas .recorren el espacio En el rewe el kulxug de la machi suena .en la noche sin luna Allá en lo alto los choroyes se detienen :y lanzan su fatídico presagio llegarán los extranjeros .y un temblor partirá la tierra   §§§§§                                                            

UniVerso de Mulheres 08 - Geni Núñez, por Valeska Brinkmann

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|  Coluna 08 |                                                                        Foto  © Luciana Fraz ã o Reflexões de Geni Núñez em três temas por Valeska Brinkmann I: Liberdades nativas: "Livre como um pássaro a voar". Muitas pessoas acham passarinhos voando O Grande sinal da liberdade e entendo o sentido, mas penso que um pássaro voando é tão livre quanto um cachorro latindo, um peixe nadando, uma cobra rastejando. Todos vivendo o fluxo de suas naturezas. Nesse sentido, se digo que, como humana, quero ser livre pra voar, poderia igualmente dizer que quero ser livre como um galo a ciscar.  A lição que me fica disso é que nossa liberdade está mais em poder exercer os limites do nosso corpo do que almejar o irrealizável. Imaginem uma aranha que dissesse: quero ser livre pra nadar como um tubarão! Talvez não se desse conta que sua liberdade está em tecer suas fantásticas teias no ar, não em nadar no mar. Cobrar de um dia e

UniVerso de mulheres 07 - Um poema de Paula Gunn Allen, traduzido por Valeska Brinkmann

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|  coluna 07  | Um poema de Paula Gunn Allen,  traduzido por Valeska Brinkmann Foto: Black Mesa Afternoon, by Harold Hall                      Recuerdo Subi no silêncio para respirar ar puro e sobre mim avistei os picos erguendo-se como deuses. Eles moram lá, dizem os anciãos. Quando criança, eu os ouvia falar quando subíamos a montanha para fazer piquenique ou apanhar madeira. Tremendo no ar frio eu espreitava e ouvia. Agora escrevo tentando combinar som e memória, rastrear essa mensagem, a voz que outrora ouvia e quase tinha me esquecido. Era ali entre os picos mais elevados. Havia uma voz no vento - algo que me aterrorizava e me fazia chorar Queria me agarrar à minha mãe ser confortada por ela, que ela me explicasse essa voz e meu medo, mas fiquei sentada congelando, tentando me sentir tão quente como uma fogueira, Os da minha família costumavam dar esse conselho. Agora escalo as Mesas* nos meus sonhos. Os deuses da montanha estão calados e eu os procuro. Br

UniVerso de Mulheres 06 -Três poemas de Jamille Anahata, por Valeska Brinkmann

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  Três poemas de Jamille Anahata, por Valeska Brinkman        não sou só  meus joelhos ralados  ou a cicatriz na minha barriga sou também canga estendida  em dias ensolarados,  sorriso bordô, dança e cantiga *** toda vez que um de nós sem aldeia fala se reconhece no espelho  tem coragem de usar a palavra-tabu  sinto o fortalecimento  na pele no peito no sangue o plano deles era nos arrancar   nos engolir e integrar  apagar nossa memória mas nenhum vínculo é  tão forte quanto o dos encantados a ancestralidade  nos guia de volta *** teu beijo me acordou de um sonho as estrelas eram nossas cúmplices e teus cabelos com cheiro de carambola  me traziam de volta sempre que eu ia longe sol e lua desceram do céu e  nos observaram dançar e se embrenhar  entre infinitas raízes retorcidas teu beijo me acordou e ainda era sonho Jamille Anahata é manauara, ativista indígena, poeta e pesquisadora de Re