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Cinco poemas da baiana Luh Oliveira

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Aquarela de Luciane Valença livra-me de tudo que é falso avulso analto farsa carma sigma livra-me de tudo que é cinza ** teu fetiche um corpo nu com scarpin vermelho o meu uma alma nua que reflete no espelho Aquarela de Luciane Valença sou feita de lágrimas secreções e orgasmos nada em mim es cor re em vão ** É um rasgar-se constante para cobrir feridas que a pele camufla é um abrir fendas Em desconforto silente que agoniza e aterroriza todo o encantar do arrebol Ainda bem que não existe o pra sempre ** todo aquele medo instalado no ventre feito novelo sem ponta para desenlaçar dissolve-se na noite toda vez que a lua cheia vem saudar a poesia que se esconde em mim ** Luh Oliveira é baiana, mãe, poeta, professora de Língua Portuguesa, Mestra em Letras. Ocupa a cadeira de número 03 da Academia de Letras de Ilhéus. Sempre gostou de escrever verso

Cinco Poemas de Rejane Aquino

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Moinho São tantos abismos que me cavalgam que nem eu mesma sei onde me derramo. Destino Aquela vida antes daquela morte, Desvela um fio de vento E treze miçangas de ilusões. Recompensa Tudo gira, O mundo, a vida e o bumerangue Tudo gira, o tormento me invade, Pois tudo gira, Inclusive o bumerangue ( que lancei) Tudo gira... O mundo é uma máquina compressora De sonhos Enquanto gira e esmaga ( os sonhos) Faz sorrir, o outro insano. Tudo gira ... Nessa vida que purga silêncios, exalta e abate Abate e exalta Pois a vida gira e nada explica Somos pó, o vento leva Tudo gira, vida e mundo E nada pode desatar os nós do retorno e da fúria [do bumerangue]. Quimio O espelho é meu carrasco, Através dele, enxergo tudo Que não queria ter me tornado: Meu corpo, já não é tão vigoroso Meus pés titubeiam, Minha pele está flácida, amarelada, Minhas unhas enfraqueceram... O sorriso j

A Poesia Contundente de Jovina Souza

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            MEU BATISMO Quando eu nasci Iansã me abraçou e disse: - vem negra mulher pegar os verbos da tua vida. Escolhi lutar pra vencer amar só pra gozar, desobedecer pra existir. Aceitei repartir e continuar, ela disse ok com o polegar, eu segui. O AMOR NO MUNDO O amor é lâmina na letra, palavra do verbo dilacerar é limite e silêncio. Nada há além da sua rasura que se abre perene, úmida anômala desenhando sua semântica. E sua lira é forjada nos versos de uma esperança que não é suave nem lúcida. BIOGRAFIA DO MEU CABELO Meu cabelo é duro, levantado. Meu cabelo é duro, empinado. não molha com pouca água, não fica domesticado. Quando parece macio insurge-se, espetando pra todo lado, e, aos relatos brasileiros, acrescenta outros dados. Veio na cabeça de reis, rainhas e de toda gente preta sabida, honrada. Trouxe cantos, ciência e filosofias tirou riquezas dos rios, d