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Mostrando postagens com o rótulo Literatura Infantil

Era uma vez 4I A valorosa literatura infantil da baiana Ana Fátima

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  Parreira-medusa  Tem folhinhas nos olhos Da Medusa da vizinha...   Na blusa? Uvas! Já sei! A parreira deu fruta.   As uvinhas, hoje roxinhas, Se abrigaram nas folhas Que voaram Até os olhos da vizinha Com cabelos de Medusa.   Se assusta?! Que nada! Acho é graça Das cobrinhas em sua cabeça Balançando ao vento.   Que tal brincarmos de sementes? Cada uva tem uma E de cada uma sai brotinhos, Como eu e você. [...] Mas acho que vi hoje Saindo dos olhinhos da vizinha. Duas uvas bem roxinhas.   (Poema publicado na antologia de textos infantis “Pirlim pim pim”, página 13) A escritora Ana Fátima nasceu aos 8 anos de idade quando começou a escrever os primeiros poemas sobre natureza, infância e sonhos. Aos 10 anos, após incentivo de uma professora da escola, passou a fazer os contos infantis a partir do seu olhar enquanto criança e adolescente. Infelizmente, aos 15 anos parou de produzir as histórias por ouvir de muitos adultos que “ser

Coluna I Era uma vez 3 - A magia da literatura infantil de Edith Lacerda

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"Hoje, quando olho o mar e minha vista se perde nos longes do horizonte, eu a imagino nadando além da rebentação, cantando para o céu forrado de estrelas. E penso que o mar com seus mistérios deve protegê-la. E acho que assim está bem. Ter uma filha sereia... pode ser mesmo encantador! E se isso é seu maior desejo e a faz tão feliz, por que não?" Esse é um trecho do livro Sereia em Segredo, da escritora Edith Lacerda. Edith Lacerda é mediadora de leitura, contadora de histórias, professora e escritora. Apaixonada por leitura e por crianças desde sempre. O interesse pela literatura para a infância foi uma consequência natural. Escrever faz parte da leitora que se encanta com a palavra. Alunos são fonte de inspiração. Trabalhar em biblioteca de escola é estímulo permanente para o processo de escrita. Livros publicados para público infantil e juvenil (Escrita Fina Edições do Grupo Editorial Zit) - Sereia

Coluna I Era uma vez 2 - A delicada literatura infantil de Palmira Heine

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Palavras trocadas Um dia acendi os sapatos E calcei depressa a luz Devagar fui andando bem rápido Vi um gato de capuz Vi um peixe de gravata Um passarinho a nadar Uma zebrinha sem listra E um leão a miar Vi um  sapinho de terno Uma girafa baixinha Um morcego bem moderno E uma tartaruga rapidinha Tomei um susto  medonho Só então que percebi Que tudo o que eu via era sonho Eu acordei e sorri. ********* Palmira Heine é escritora, professora universitária, poetisa. Desde criança mostrou inclinação para a produção de poemas e pequenos contos e, aos dezoito anos publicou o primeiro livro com ilustrações em preto e branco numa época onde a publicação de livros era bastante inacessível em comparação aos dias atuais. Hoje, além de uma vasta obra acadêmica, é autora de diversos livros infantis dentre os quais se destacam:  O pontinho desapontado, O reino todo amarelo, O autor é você, Amendoim, a tartaruguinha encantada, O lápis mágico, Uma amizade no mundo dos números e Chapeuzinho no Pelô, Mila

Coluna I Era uma vez 1 - A literatura infantil

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A LITERATURA INFANTIL Meu contato com o mundo mágico da literatura se deu bem cedo, nem era alfabetizada ainda e minha mãe já contava histórias de diversos livros. Lembro-me de um livro “Tesouro para crianças” que continha diversos contos além de uma coleção de livros de capa dura nos quais os contos de fadas davam asas à imaginação. As minhas avós também gostavam de contar histórias, muitas vezes inventadas por elas ou sobre alguma lenda antiga, tudo oralmente, o que me deixava ainda mais fascinada. Durante toda minha infância tive contato com livros, já que minha mãe era professora primária e exigia leituras diárias. Com todo esse incentivo, é natural que eu tenha me tornado uma leitora assídua. Infelizmente essa não é a realidade de muitas crianças. Grande parte não tem acesso aos livros em casa e só vão se familiarizar com a literatura quando vão para a escola, a qual muitas vezes não dá conta desse letramento literário por diversos motivos que não cabem citar nesse text

Resenha do livro infantojuvenil O Sapato Falador, de Gloria Kirinus

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PORQUE SAPATOS TAMBÉM FALAM por Nic Cardeal O SAPATO FALADOR (São Paulo: Cortez, 2008) é um livro infantojuvenil escrito por GLORIA KIRINUS  e lindamente ilustrado por Simone Matias, que conta a história de um menino e de seu sapato que fala! Diz a incrível escritora Gloria que uma vez choveu tanto, tanto, tanto, que a chuva, que era pra ser só uma chuvinha de nada, virou logo e muito ligeiro uma grande chuvarada! Só que essa chuvarada continuou chovendo, e então essa mesma chuvarada virou uma enorme inundação, alagando casas, afogando móveis e até brinquedos, conforme lhe contou um menino que viveu aquilo tudo bem de pertinho! A chuva foi tanta que levou embora até os sorrisos, as alegrias e as esperanças de toda aquela gente que morava tanto tempo ali que já estava até virando semente! Não teve misericórdia nenhuma aquela chuva de fazer história: cobriu os campos, os cantos, os montes e os telhados - de casa em casa, de rua em rua - levando pra distante cada pedaço

Resenha do livro infantojuvenil A ÚLTIMA FOLHA, de Adriana Barretta Almeida

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(Capa: ilustração de Rosangela Grafetti) PORQUE AS FOLHAS FALAM A LÍNGUA DAS COISAS MIÚDAS por Nic Cardeal A ÚLTIMA FOLHA (Curitiba: Insight, 2017) é um livro infantojuvenil escrito por ADRIANA BARRETTA ALMEIDA  e lindamente ilustrado por Rosangela Grafetti, que conta a história de uma folhinha de plátano. Essa folhinha miúda e verdinha vivia em uma grande árvore de plátano, junto com muitas outras folhinhas também verdinhas e miúdas, e a vida lá das alturas era muito divertida! Todas gostavam muito de estar sempre juntas, nos galhos da majestosa árvore que lhes dava seiva de comer, água de beber, vida de viver! Não faltava nada à folhinha dessa história, porque até "a língua das coisas miúdas" (pág. 5) ela conseguiu aprender com suas amiguinhas! Até amigos passarinhos brincavam com as lindas folhinhas em dias ensolarados! O que poderia haver de mais divertido nesse mundo tão encantado? O tempo foi passando, porque mesmo pras coisinhas miúdas o tempo semp

RESENHA do livro infantojuvenil OS NÚMEROS PRIMOS E SEUS SOBRINHOS, de GLORIA KIRINUS

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QUEM SÃO OS SOBRINHOS DOS PRIMOS? por Nic Cardeal  É bem provável que você já tenha ouvido falar dos números primos! Você sabia que eles também têm sobrinhos? E você sabia que a tal da 'dona Matemática' não é nenhum bicho de sete cabeças? Nem de seis, cinco ou quatro! A 'dona Matemática' é uma velha conhecida lá das épocas mais antigas e, que eu sei, ela tem uma única cabeça, na verdade é bem dotada de inteligência essa tal de Matemática! Pois bem! Eu soube disso quando li OS NÚMEROS PRIMOS E SEUS SOBRINHOS  (Porto Alegre, RS: EDELBRA, 2016), um livro infantojuvenil escrito por  GLORIA KIRINUS , e muito bem ilustrado por Martina Schreiner, que conta, de forma divertidamente inusitada e lúdica, a história dos números primos e, é claro, seus sobrinhos! Diz a escritora que, quando o primeiro daquela família de números nasceu, foi aquela festa! Pai e mãe o chamaram, em princípio, de Príncipe! No entanto, logo viram que ele era caso de maior, muito maior i

Resenha do livro infantojuvenil de poemas, POEMEAR DE PERNAS PRO AR, de Adriana Barretta Almeida

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(ilustração da capa: Thomas Almeida Warren) PORQUE A POESIA QUER CAMBALHOTAS DE FAZER ENORMES ALEGRIAS! por Nic Cardeal  POEMEAR DE PERNAS PRO AR (Curitiba/PR: Insight, 2018) é um lindo livro infantojuvenil de poesia, escrito por ADRIANA BARRETTA ALMEIDA  e incrivelmente ilustrado por seu filho THOMAS ALMEIDA WARREN . Não é um livro lindo só para crianças, também é livro lindo de encantar adultos (e suas crianças que moram por dentro!). Adriana tem o dom de 'poemear' as palavras de um jeito tão bonito, que qualquer coisa vira verso, e depois do verso fica delicioso fazer desenho - na própria folha, no verso ou até no avesso do verbo! Ou ao contrário: um desenho surge de repente do menino Thomas e, já sai logo animando toda a turminha das palavras moradoras da Adriana! Bem faceiras - as palavras e a Adriana! -, querem logo 'poemear' a brincadeira! Porque Adriana sabe "(...) que poema colore a gente/com a cor do pirilampo/em dia que a noite venta./