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Mostrando postagens com o rótulo Reflexões

Preta em Traje Branco | Deságues de Susana Malu Cordoba

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Coluna 33 Foto by Arek Socha from Pixabay Deságues de Susana Malu Cordoba DERRAMAR ESCORRER  SE DEMORAR Verbos transitivos que enfeitam GARGANTAS *********************************** O que separa as meninas das mulheres Ouviu-se apenas um disparo "Eu queria que você me amasse" De repente um silêncio morno o beijo no rosto e o impacto da bala que ricocheteou *********************************** Liberdade em gotas Foi uma gargalhada daquelas bem dadas Estava só E ali, onde as confissões só são permitidas  aos que queimam Duvidou do matrimônio *********************************** Um segredo Gosto de mergulhar em pessoas,  se pudesse  mergulharia em você *********************************** Tem noites em que minha maior ânsia é derramar em sua boca o líquido quente e escorregadio dos desejos  que me tiram o sono São nesses momentos que imagino  meu sussurro clandestino de fêmea lambendo seus ouvidos É ali que minhas intenções te mordiscam o sono, os lábios, o falo E ao amanhecer  te

De Prosa & Arte | Dispensáveis e substituíveis

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Coluna 38 Foto Maria Aparecida Castro Augusto Dispensáveis e substituíveis Nessa vida fui capaz de construir muitos (des) caminhos, transitando entre os (im) possíveis. Nada fiz sozinha, embora tenha tecido, um longo rastro de solidão em quase tudo que produzi. Desde os afetos às conquistas materiais. Minha vida sempre me pareceu um comercial de refrigerante concorrente. Aquele com muito Caramelo 4. Toda vez que desejei algo, a vida me perguntou: - Pode ser Pepsi? Eu que sempre tentei ser grata a tudo que me veio, nunca neguei. Só tomei Pepsi... Entendi que tudo era como poderia ser. Com aquilo que mereci durante as construções das trajetórias de (in) sucessos. Não posso reclamar em demasia, pois tudo que tenho, talvez seja mais do que eu mereça. E por isso, não renego. As coisas que me causaram perdas físicas, materiais e emocionais, entendi como aprendizado necessário pra me criar casca e escudo. Estou transmutando meus afetos, até aqueles que me são mais caros. Pois, não quero tolh

Preta em Traje Branco | Aquilombamentos de Valéria Mendonça

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Coluna 32 Foto Paul Brennan por Pixabay Aquilombamentos de Valéria Mendonça Dois corações machucados  De relacionamentos anteriores  Como voltar a se envolver? Como podemos esquecer as dores? Não tínhamos como saber  Apenas escolhemos viver  Começamos de mansinho  Bem escondidinho Em um mundo só nosso  Que aos poucos foi se abrindo  Perdendo o medo  Deixando as mágoas pelo o caminho Fomos conquistando  Algo que achávamos impossível Nessa caminhada  Choramos, sorrimos   Juntos continuamos, seguimos  Com essa parceria incrível  Obrigada por ter me escolhido  ************************ Família  Sete letras  Uma palavra pequena  Com tanto significado  Algumas são pequenas  Outras não se contentam Com os laços de sangue  E coloca os agregados  Não entendeu? Pera aí já irei explicar  São tantas coisas  Fica difícil começar  Tem aquela que não é tia  Mais se torna  Por que cuidou  da sobrinha   Tem a ex cunhada  Que se tornou amiga  Tem a cunhada atual  Que me  trata tão bem  Sempre me dá café 

De Prosa & Arte | Por onde andei com a Literatura

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  Coluna 37 foto de acervo pessoal Por onde andei com a Literatura Eu sempre quis escrever. E de fato, não imaginava o quão longe eu caminharia, nos trançados que fiz entre as letras e os números.  Fui sempre mais ligada às letras, achava muito interessante a descoberta e a decodificação desse tal Alfabeto. Com os números travei brigas homéricas, pois ser sempre exata me causava um certo desconforto. Com as palavras, eu podia recriar outras lógicas, signos, mundos... Até que na adolescência me encantei pelos Astros e então comecei a calcular meus caminhos me guiando pelos corpos celestes e pelos cálculos possíveis da Numerologia. Não sou uma expert ou profissional, apenas uma amante desse Universo de possibilidades que dão significâncias a minha trajetória. Dois anos após escrever um poema chamado "Numerologia" que está na página 51 de uma boa ideia (meu primeiro livro publicado), o sonho se concretizou.  51 em sua soma é 6, número que rege o vil metal. Um signo numérico ex

Preta em Traje Branco | Um giro no atelier de Lelé Gomes

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Coluna 31 Um giro no atelier de Lelé Gomes A vida é de ser encontro. As múltiplas linguagens que traçam intertextos com a poética da existência. Lelé Gomes é uma multiartista. Uma criatura adorável no jeito, no trato e no fazer. É das descobertas multicolores, que imprimem versos visuais na paredes, papéis, mentes, no intangível, na virtualidade. Essa miscelânea cósmica do ser mulher e traduzir em Arte o olhar candura para o mundo. Por Guiniver  1          “Desenhando a poesia, poetizando o desenho”, 2020. Desenho em papel A4 (297x210mm) , 150 m/g², Aquarela e caneta nanquim (291x205mm) – Em meio ao isolamento social, ocasionado pela pandemia de 2020, sentir o toque da pessoa amada com o sabor do café é uma dança poética. 1.        “Nem vou citar o nome”, 2021. Desenho em papel A4 (297x210mm) , 150 m/g², canetas marcadores à base de solvente – A ilustração é um retrato @evesilva feito a partir de uma foto que postou nas redes sociais. Os dreads, óculos, a posição e o empoderamento da

De Prosa & Arte | Quando ela disse não

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Coluna 36 Foto by Maria Aparecida Castro Augusto Quando ela disse não Espera-se de nós gentileza, resiliência, paciência, candura, "postura", maternidade romântica, que sejamos "boas de cama", e que sejamos fiéis aos desejos do patriarcado. Ninguém nos conta, que dar conta do manejo de todos esses desejos alheios é capaz de tolher nossa caminhada, inibir nossa criatividade, imobilizar nosso corpo e frustrar nossos desejos. Daí a gente passa uma boa temporada numa trágica performance "feminina dócil". É sempre a última a sentar a mesa, nossas gargalhadas precisam ter um controle cirúrgico - não ser tão escandalosa que chame a atenção e nem ser tão miúda que nos torne  invisível - precisa estar no molde social ideal.  Usamos os banheiros com as crianças à porta, precisamos saber onde estão meias, cuecas, brinquedos preferidos, chupetas, o dia da reunião da escola, o motivo da nota baixa do filho mais novo. Saber separar por cor e textura as roupas do marido,

Preta em Traje Branco | Biologia e Política por Ana Paula de Oyá

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Coluna 30 Gerd Altman by Pixabay Biologia e Política   Tem algumas espécies de Pseudusbrasilispatriotas , que tem hábitos bem engraçados.    -Protestar em Av. Fechada aos domingos   -Protestar com panelas   -As fêmeas passam no salão de beleza antes de protestar   - Protestam contra corrupção com a camisa de um dos órgãos mais corruptos.   -Protestam somente de domingo.   -A maioria é apoiador de partidos políticos opressores.   -Se dizem defensores das tradições familiares e das tradições do patriarcado.   -São guiados feito gados e aceitam que a boiada seja passada na surdina.   -Apresentam sérias alergias em caso de CPIs e Investigações.   -Defendem seus territórios e pares sob quaisquer circunstâncias, mesmo que a custa da vida de uma população inteira.   -São defensores da corrupção praticada em família.   -Habitam em laranjais e bananais   -Essa espécie geralmente se apresenta na cor branca e exposta ao sol fica vermelha. -Espécie curiosa que aparece raramente em local de lutas

De Prosa & Arte | A sombra da Morte

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Coluna 35 PublicDomainPictures por Pixabay A sombra da Morte Todos os dias eu temo morrer. Todos os dias a mesma sombra, a mesma sensação, a mesma faceta mórbida do desespero me consome. Acho que a tempos venho fugindo da morte, desviando dos seus olhos profundos e vazios, não sei se consigo essa sorte.  Na verdade, quanto mais o tempo passa, mais volumosa e aparente é a Sombra, e o relógio anda a contragosto da minha espera... O corpo vai dando sinais da maturação acelerada. A gente retarda a ideia com bons presságios, mas cada vela no bolo é mais um dia diante da passagem futura. Minha morbidez, vem desses dias densos de passagens aos milhares, com um monstro invisível pairando no ar que respiramos. Começamos a nos dar conta de quão importante é respirar sem bloqueios, acho que nunca agradecemos fielmente essa possibilidade. Eu tenho medo de morrer e sei que não devia… porque essa roupagem terrena, é inerente a forma como eu densifiquei meu carma e minhas pagas nessa breve existênci