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Mostrando postagens com o rótulo Revista Ser MulherArte

Coluna 07 | Mulherio das Letras na Lua - CECÍLIA PESTANA (Portugal)

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                                                                       coluna 07 Divulgando autoras Lusófonas, um poema de CECÍLIA PESTANA Místicos cansaços Horas mortas as que não te ouço Não te vejo, não te sinto, Horas infindáveis essas As que não te pressinto. Horas lentas as do bater do relógio Como se fossem de repente parar, Deixando-me pra aqui queda, muda Na ausência de tanto esperar. Horas mortas que me dás com silêncios Inquebráveis e profundos, Como se quisesses matar-me, Surdas as horas, que não te oiço chegar. Horas de místicos cansaços As que não te vejo, não te sinto… De mansinho a noite chega a soluçar, A soluçar devagarinho!... Funchal, 22 de Julho de 1985 Cecília Maria Pereira Pestana nasceu a 4 de Dezembro de 1957, em Torres Novas, distrito de Santarém. Filha de pais madeirenses e pai militar, passou a infância em Torres Novas, Lourenço Marques (Maputo), Águeda, e veio residir para a cidade do Funchal, Ilha da Madeira, aos 9 anos de idade. Amante de leitura de poe

Coluna 12 | Fala aí... Shirlei Pinheiro (Brasil)

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  |   coluna  12  |   Incentivadoras por  Shirlei Pinheiro  (autora convidada) Outro dia eu estava em um ponto de ônibus esperando um para ir para casa, e como já era noite estava bem cheio. Várias pessoas conversando e uma dessas conversas chamou a minha atenção, dois homens falando sobre as suas respectivas esposas, o primeiro falava da mulher com alegria e entusiasmo, tecendo elogios e dizendo como a incentivava a trabalhar, estudar e correr atrás dos seus sonhos, já o segundo só reclamava e falava em tom de deboche que não podia dar muita “corda” para ela senão dava problema. Achei curioso esse diálogo, pois os dois pareciam ter a mesma idade, ou seja, faziam parte da mesma geração, e pensavam de formas tão diferentes. Nisso entrei no meu ônibus e fiquei pensando sobre aquela conversa.  É claro que hoje em dia as mulheres podem e fazem o que querem, podem ter a profissão que escolherem e nada as impedem de alcançar os seus objetivos, e isso é maravilhoso. Mas, porque isso ainda é u

coluna 01- Nas trilhas Femininas do Cordel - Apresentação

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                                                                      coluna 01   Dedo de prosa com as (os) leitoras (es) Olá! Eu sou Zezé Matos. Eu sou Sueli Valeriano! Enviamos a todos saudações poéticas! Esta é nossa casa de "escrevinhar"; aqui vamos nos encontrar em trilhas femininas do Cordel e cordelizando vamos tecer rendas de afetos e encantos. Venha conosco. Eu, Zezé Matos Poeta e a nossa Diva do Cordel Baiano Brasileiro, Sueli Valeriano temos muito a prosear com todos(as) (es) e nesta prosa queremos ouvir o falar de todas (os) (es). Prepara o café que a conversa vai render! Um abraço carinhoso, Sueli Valeriano e Zezé Matos. Amanhece! Ela, mulher nordestina desperta. O Sertão arde. A aurora é incerta, mas certamente ela traz em seu olhar o verde esperança! Foi lhe dado mais um dia e quem sabe é o dia da chuva cair e de tudo melhorar. É assim o pensar da mãe sertaneja, da mulher nordestina. Valente ela segue, não aceita a derrota, a desesperança como sina. É dádiva di

Coluna 11| Fala aí... Evinha Eugênia Andrade (Brasil)

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coluna 11 Como estão as mulheres na pandemia do Virus?    por Evinha Eugênia Andrade (autora convidada) “Mulheres são passarinhas, buscando alimento e levando para o ninho” Cuidando, cuidando, cuidando! E sobrecarregadas de tarefas para garantir que a Roda continue viva e em movimento. De repente, sem aviso prévio e tempo para nos preparar, acordamos com as escolas fechadas, nosso trabalho sendo negociado (mudança de jornada, redução de salários, dispensas inesperadas). Estamos desempregadas! Tentando encontrar palavras que pudessem acolher as mulheres que enfrentam mais um entre tantos vírus e mais uma pandemia, tropeço na única palavra que é recorrente, é feminina, é luta para sustentar a Vida, CUIDAR.. Cuidar da vida e do amor, dos filhos, dos pais, dos avós, da falta de emprego, dos armários vazios, da escassez, da mesa sem fartura até a exaustão. Ora encolhidas dentro de suas casas, ora empurradas para fora delas para tentar ocupar as poucas vagas de trabalho ofertadas ou para a f

Coluna 05 | Mulherio das Letras na Lua - ANA MARTA (Portugal)

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                                                                    coluna 05 Divulgando autoras Lusófonas, um poema de Ana Marta Que o dia de hoje seja bem melhor do que o de ontem, mesmo que o de ontem tenha sido maravilhoso. Hoje Amanhã faço. Amanhã começo a dieta. Amanhã começo a fazer desporto. Amanhã arrumo, amanhã compro, amanhã começo, amanhã acabo. Amanhã serei. Não há amanhã. Tu és hoje. Amanhã não existe. Ontem foi amanhã do dia anterior e hoje é o amanhã de ontem! Hoje conta, amanhã contará? Hoje podes ser feliz, mais que ontem. Mas amanhã serás? Vive hoje, faz hoje, apaixona-te hoje. Vai hoje. Sê hoje. Poema do livro INEXPLICAVELMENTE Ana Marta , nascida em Sintra a 22 de Abril de 1971, mãe de 3 filhos, exerce funções, há mais de 25 anos, no Departamento Comercial de uma reputada Empresa Municipal. Desde cedo revelou o seu interesse pela escrita e pela Literatura, começando por escrever pequenos poemas durante a adolescência, época em que estudava Literatura Portuguesa, se

Coluna 10| Fala aí... Carla De Sà Morais (Suíça)

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Coluna 10 NA PESSOA DE ELISA I Por Carla De Sà Morais (autora convidada) Dediquei uma pequena parte do meu tempo a este diário, porque pensei, ao princípio, que era um  passatempo. Contudo, a realidade é outra: é uma necessidade. A necessidade de escrever o que  sinto; sejam as minhas alegrias ou as minhas tristezas; sejam as minhas angústias ou mesmo as  minhas dores. O meu percurso amoroso não tem nada de glorioso. E o pior de tudo, é ter-me habituado e não me  esforçar para que ele seja melhor. Quando digo não me esforçar, quero dizer que eu também  contribuo para isso, pois, o fato de não me amar o suficiente, de não ter uma autoestima elevada e  não evitar esquemas repetitivos, pensando sempre que algo pelo caminho possa mudar e fazer-me  enfim feliz, têm-me feito conhecer algumas desilusões escabrosas. Aqui há tempos, conheci um rapaz, educado e conversador, de maneiras delicadas e gestos  atenciosos, o que me deu ainda mais vontade de escrever para vos contar o nosso percurso  a

Coluna 04 | Mulherio das Letras na Lua - JAMMY SAID (Brasil)

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                                                                        Coluna 04 Divulgando autoras Lusófonas, um poema de Jammy Said Colorir a Vida Observo o quadro à minha frente com cores intensas  O Azul do Mar... O verde da Natureza... A Areia da Praia de cores indefinida. Os Prédios de MultiCores. Os Carros... Cores...Cores. Pessoas em seus apressados caminhar. Eu parada sentada em um banco no calçadão da Praia a observar. Em minha mente o quadro  com formas e cores. Desenho máscaras nos rostos. Proteção...Proteção... A Arte se faz presente. O coração pulsa e sente. Jammy Said , Niterói, Rio de Janeiro. Poeta/Escritora/Produtora Cultural/Atriz/Terapeuta Holística/Jornalista/Coordenadora do Evento Cultural Encontro Sarau & Dança. Participou como co-autora das Antologias realizadas pelo Movimento Um Brinde à Poesia de Lucília Dowslley, e também das edições do Fanzine Alfarrábios na oitava edição. Diretora de Ações Culturais do Movimento União Cultural Núcleo Niterói, Delegad

Coluna 05 - In-Confidências por Adriana Mayrinck

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| coluna 05 | UNIVERSO VIRTUAL E REAL DA POESIA SER POETA Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca, batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa.  Nasceu a 08 Dezembro 1894 (Vila Viçosa) / Morreu em 08 Dezembro 1930 (Matosinhos) Nesse universo virtual e real da escrita onde todos são poetas fico pensando com os meus botões, a banalização da palavra e do que é realmente ser poeta. Não, eu não sou poeta e tenho um olhar muito crítico sobre tudo isso. Claro que é a minha opini

Coluna 04 - In-Confidências por Adriana Mayrinck

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                                                        Coluna 04 Cinquenta dias em casa... por Adriana Mayrinck Aprendi a conviver com as distâncias - desde sempre. Nasci em Recife, metade da família pernambucana, a outra metade, apesar de carioca, dividida entre São Paulo (avô paulista), Rio de Janeiro e Minas Gerais. Depois, aos 3 anos fui morar em Copacabana. Para resumir, foram muitas idas e vindas, entre Recife (no total, 8 anos), Rio de Janeiro e Teresópolis (38 anos), nos intervalos muitas viagens, 3 meses em Bruxelas, até aterrar há quase 4 anos, em Lisboa. Passei a vida assim, convivendo com abraços e sorrisos de chegada, novos amigos, novos lugares, abraços e lágrimas de despedida. E lembranças. E saudades. Sempre vivi e acreditei que a vida é para ser sentida... Aproveitar cada momento com quem está ao nosso lado, reter o que agrada, fixar cheiros, sabores, sorrisos, olhares, abraços, melodias, paisagens - na memória. Necessito do toque, do convívio. Gosto de olhar nos olh

Coluna 03 | LIVREMO-NOS! O REGRESSO DE JÚLIA MANN A PARATY de Teolinda Gersão

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Coluna 03 Em homenagem à nossa gentil e querida escritora portuguesa,  Teolinda Gersão , felicitando pelo aniverário e em celebração aos 40 anos de atividade literária, divulgamos em nossa coluna sua mais recente obra, lançada no dia 14 de janeiro de 2021, “O Regresso de Júlia Mann a Paraty” . A escritora também reeditou “A Mulher que prendeu a Chuva”, de 2007,  uma de suas obras mais premiadas.  O REGRESSO DE JÚLIA MANN A PARATY de Teolinda Gersão O regresso de Júlia Mann a Paraty são três novelas que se entrecruzam, de modo surpreendente. Através de um conhecimento profundo da vida e da obra de personagens históricas, e respeitando a veracidade dos factos, a autora desvenda o mundo interior de todas elas, vívida e credivelmente ficcionado, numa narrativa fascinante que prende o leitor da primeira à última página. CRÍTICAS DE IMPRENSA Por trás do título aparentemente solar deste novo livro de Teolinda Gersão está uma dissecação primorosa das sombras totalitárias - sejam as do pensam

Coluna 07 | Fala aí... Joema Carvalho (Brasil)

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coluna 07  MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS  DE CLARICE PINKOLA ESTÉS Por Joema Carvalho (autora convidada)   Em meados da década de 90, estava em uma sequência de leituras em uma busca pessoal. Ninguém ensinou minhas bisavós, minhas avós, minha mãe a serem mulheres, logo, também, não aprendi. Fazem coisas de “mulher”, mas não sabem ser mulheres. Ninguém nos ensina a sermos mulher. Algo trancando dentro de um baú jogado a sete chaves no fundo de algum mar ainda não mapeado. Resume-se então “mulher é complicada”. Dentre o que li, Simone de Beauvoir, cuja frase “não se nasce mulher, torna-se”, ainda é polêmica, apesar de estarmos em pleno século XXI. Entendo muito bem o que a Simone colocou. Estendo a frase para os homens: “não se nasce homem, torna-se”, na verdade “não se nasce ser humano, torna-se”, Precisamos nos resgatar para que princípios básicos possam estar presentes em nossos atos, como ética e moral, ternura e compaixão, noção de que, o limite meu se encerra quando inicia o